NUNCA É TARDE! - Capítulo XXIV

CARO(A) LEITOR(A), ESTE CONTO É ESCRITO EM CAPÍTULOS. PARA ENTENDER MELHOR A HISTÓRIA, SUGIRO A LEITURA DOS VINTE E TRÊS CAPÍTULOS ANTERIORES. UM ABRAÇO. MARIA LÚCIA.

Era muito interessante a história da Marina, ela continuava contando:

- Sabe, dona Francisca, e assim todo mundo começou a chamá ela de Bia. Depois que essa criatura chegou lá na nossa fazenda, foi dando tudo pra trás. O gado foi morreno, as galinha, tinha galinha morta no terreiro. Os porco morreu quais tudo, ficou uma tristeza! Mãe só ia piorano, cada dia que passava, ficava mais ruim, mais magra e só na cama. Foi uma doença esquisita, pai chamô o médico da cidade umas três veis, mais nun adiantô nada. Com um mês que a moça chegou, mãe foi chamada por Deus. Diz Jó que foi uma tristeza medonha!!! Veio a vizinhança toda para o velório, mãe era muito querida nessa região.

- É, até hoje se ouve falar na dona Marica, da sua bondade. - falei com sentimento.

- É... Pena que eu num lembro dela... Bom, aí depois da morte de mãe, a moça começou se engraçá com pai. Acabou juntando com ela, aí a muié mudou de jeito, comçô a maltratá nóis, a batê, fazê tanta ruindade, que a senhora nem imagina. Perto de pai, ela era uma seda com os menino, mas quando ele saía, eles sofria na garra dela.

- E por que os meninos não contavam para o seu pai?

- Eles contava, mais ele num acreditava, porque na frente ela fartava por comida na boca deles e falava: "Que é isso bem, você acredita em mim, no que você vê, ou nos meninos que gostam de brincar?", falava isso sempre fazeno cafuné na nuca de pai. Desse jeito com aquela vozinha mansa, quem ia acreditá? Pai nunca foi de batê nos menino, principarmente no André que era o mais danado. Ela era feiticeira, ela sortava fogo pela boca, na hora que os menino fazia arte, pra pô medo neles. Os compade de pai, começou a vê que aquela muié num era muié pra ele, mas ia falá com ele e ele ficava zangado, falava que ele tinha era inveja porque ela era muito bonita, mas ninguém nunca viu ela de roupa de muié, sempre vestida de home.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 14/02/2007
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