NUNCA É TARDE! - Capítulo XXVI

CARO(A) LEITOR(A), ESTE CONTO É ESCRITO EM CAPÍTULOS. PARA ENTENDER MELHOR A HISTÓRIA, SUGIRO LER OS VINTE E CINCO CAPÍTULOS ANTERIORES. UM ABRAÇO. MARIA LÚCIA.

A história de Marina é grande e ela continuava contando:

- Passou três semana e pai vortou, barbudo, cabeludo, sujo, magro, feio, de tanto andá e procurá a tar "moça", mais ninguém viu nem de passage, ela sumiu no mesmo mistério que apareceu. Todo mundo ficou encabulado com aquilo. O padrim de Joãozinho e o de Juca, chegô vendê tudo e mudá daqui. No finar das contas, só ficou o padrim de Jó e o meu que já era veios e acabô morreno logo e nóis ficô por aí vagano. Jó até casô, mais num teve sorte, morreu no parto do primeiro fio.

- Ué, Marina, na sua conversa toda, você se referia a Jó como se ela fosse viva ainda!

- É, dona Francisca e num gosto de falá que ela morreu, ela era muito boa pra mim. Quando ela morreu eu era pequena, mas me lembro como se fosse hoje. Sofreu muito e acabou num agüentano.

- E a criança morreu também?

- Graças a Deus não.

- Onde que ele está hoje?

- Num sei não, o pai dele pegou ele e sumiu no mundo, o que eu sei dele, só que antes de morrê, Jó pediu para por o nome do pai.

- Ah! É? E como era o nome de seu pai?

- Era Ronaldo, mais o povo chamava ele de Zé Tadeu por causa do meu avô que apelidou ele assim e ninguém conhecia ele como Ronaldo.

- Nome muito bonito! Me faz lembrar tanta coisa!!!

- É aquele malandro que a senhora quase encravô com ele.

- Não fala assim, Marina, foi um grande amor, aliás meu primeiro e único amor. Eu nunca deixei de amar. Amo-o até hoje.

- Essa história de amor é muito engaçada. Eu que nunca tive isso!... - Falou Marina soltando uma de suas gargalhadas.

- O que eu acho engraçado em você, Marina, é que você é tão alegre, nem parece que sofreu tanto!

- Pra que chorá, dona Francisca? Num adianta chorá, o mió é ri. - falou novamente morrendo de rir. - Engraçado! A senhora diz que amou tanto esse tar de Ronaldo e dava certo com seu marido. O engraçado é isso.

- Depois eu te explico por que.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 27/02/2007
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