Quem é o LADRÃO? - Parte I

A mulher sentiu falta do dinheiro que havia colocado dentro da bolsa que guardara na terceira gaveta da cômoda. Incrível como as coisas estavam sumindo nestes últimos meses. Tudo depois da chegada da nova doméstica. Sim, só poderia ser ela. Nunca havia visto coisa semelhante em sua casa. Primeiro brincos de ouro, depois o anel de formatura do esposo. Aqueles óculos que comprara na última viagem de férias. Ah, se fosse somente isto! E a sua aliança de casamento? Sumira sem deixar vestígios! Estatuetas em mármore, broches de ouro. E aquele adorno de cristal que ficava sobre uma mesinha na sala? Muitas coisas. Algumas de valor maior, outras, apenas quinquilharias. Mas que pertenciam à família e não era justo aquela desavergonhada passar a mão.

Havia dois meses que a garota estava em seu novo emprego. Uma moça pobre e que sempre fora criada dentro dos bons costumes. Fora indicada para aquela família por uma agência de empregos. Gostou dos patrões e da nova casa de trabalho. Que casa! Tinha ares de mansão, embora não fosse tão grande. Buscava fazer tudo certinho. Mostrava prontidão nos chamados e realizava todas as atividades com eficiência. Os patrões não eram ricos, porém, embora devessem a Deus e ao mundo, mostravam uma vida de alto nível. A patroa é que, algumas vezes, a olhava com uns modos estranhos, mas não devia ser nada.

-Júlio, precisamos dar uma prensa nesta garota. Hoje sumiu dinheiro da minha bolsa. E olha que não deixei em qualquer lugar. Estava no nosso quarto. Que coisa, hein? Não poder viver em paz dentro de sua própria casa! Já não aceito muitos empregados em casa por causa disto. Pago-lhe uma fortuna e ainda vem me roubar!

O marido não concordava em chamar a garota, assim, sem mais nem menos.

-Quer prova maior? Não percebe que nossos objetos estão sumindo? Olhe lá se não for melhor chamar a polícia. Não, isto não. Eu não quero passar por esta vergonha. Ela vai ter de nos devolver tudo sem a polícia. Só pode ser ela, é a única que se responsabiliza por todos os afazeres internos desta casa.

Ficou acordado que se deixaria algum objeto esquecido no bolso do paletó. No dia de recolher as roupas para a lavanderia, ficariam atentos nas atitudes dela. Excelente idéia.

OBS: AMANHÃ ESTARÁ SENDO POSTADA A SEGUNDA PARTE DO CONTO!

Autor: Ranovi Vieira

Nonato Costa
Enviado por Nonato Costa em 07/03/2007
Reeditado em 07/03/2007
Código do texto: T404201