Prazer com o sofrimento alheio

Mulher, 35 anos de idade, jornalista há 15 anos, escreve desde criança. Atualmente participa de uma coluna do “Jornal Social”, desenvolvendo crônicas do cotidiano. Quando escreve poesias, sempre discrimina alguns sentimentos intrínsecos. Mora sozinha, poucas vezes aproveita seu tempo livre para fazer uma caminhada, tira proveito freqüente em ir a um barzinho beber descontroladamente. Não visita mais profissionais de medicina, porque na última consulta a um psiquiatra, ele mencionou: “Você precisa de tratamento, tens anomalia adaptativa no desenvolvimento de sua personalidade” – Ela não quis compreender e com uma grande capacidade de autodeterminar-se prometeu de si para si mesmo que jamais retornaria.

Ser exato, sem alienação mental franca, em alguns momentos possuindo um juízo falsamente negativo sobre si mesmo, assim vivia. Sua beleza, tanto corporal quanto facial, atraia milhares de olhares e oportunidades para relacionamento, mas recusava sempre. Mesmo assim, sempre fora muito amável e afetiva com todos. Não tinha idéia do tempo, mas passava várias horas do dia a esmo ou praticando o que mais gosta, escrever. Sua memória, sua imaginação, até mesmo sua razão e juízo foram alterados por algumas doenças subseqüentes, decorridas de intoxicações posteriores, logo após saber que sua mãe, sua única família, que morava em Londres, morrera. Estados febris e perturbações mentais tornaram-se constantes.

Como para refugiar de seu trauma começou a praticar sexo constantemente, esporadicamente. Certo dia, no ato sexual com um estrangeiro alemão, observara no peitoril de uma janela de motel um homem violentando sexualmente uma jovem morta. Sentiu, pela primeira vez na sua vida, orgasmo. Como que direcionando o sentir a seu parceiro, mantivera relações diárias com o mesmo, mas nunca sentira algo semelhante do sentido naquela retrograda noite. Em seus momentos de esmo passara a pensar sobre o ocorrido, e chegou a um bom senso se se pondo a executar o decidido. Começara agora a escolher seus parceiros pragmaticamente, seduzindo-os a seu leito de morte.

Bela tarde de domingo, fora ao lugar planejado, num bairro pouco isolado, sentara em um bar freneticamente movimentado, escolhera a vítima, mulher aparentando 18 anos de idade, loira, corpo com curvas fascinantemente perfeitas, e olhos azuis, bebendo vinho, sozinha. Mandou o garçom ofertá-la uma garrafa de vinho português e informá-la o desejo que sentiria ao sentar à mesa com ela. A lolita inocentemente aceitou. Após quatro garrafas de vinhos, vem o convite: “Vamos para meu apartamento” – proferiu a mulher, e a jovem com olhares radiantes, menciona: “Claro, por que não?”.

Chegado ao apartamento, as duas se beijam ardentemente e suas vestes freneticamente são arrancadas, a mulher então coloca a jovem em sua cama e pronuncia em voz baixa e excitante: “Gosta de ter relações sexuais estando presa?”, a jovem com muito tesão e bêbada, balbucia: “Sim!”. Assim, a mulher busca em seu armário, localizado estrategicamente próximo à cama, algemas, e manieta a jovem rapidamente. Posteriormente a mulher adquirindo uma seringa envenenada executa o feito. Com bastante libido, observa a jovem em murmúrio, e começa a se se tocar. Dentro de um dos travesseiros retira um instrumento cortante constituído de lâmina e cabo, e começa a mutilar a vítima com uma mão e com a outra se toca deliciosamente obtendo a gratificação sexual esperada, mais pela violência do que pelo coito. Depois acende um cigarro e com lágrimas nos olhos, sorri.

João Mariano
Enviado por João Mariano em 09/03/2007
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