Quem é o LADRÃO? (Parte -III) Final

Alguns dias depois...

(...)

-Oi, querida! Olhe, faça de conta que a casa é sua. Vou lhe mostrar os quartos. Meu marido detesta poeira, não gosta de ver um objeto fora do lugar. Ah! Muito cuidado com aqueles vasos de porcelana, que ficam num armário próximo à cozinha. São de família! Uma relíquia! Os banheiros, todos muito bem lavados.

Tudo vai ser melhor daqui para frente. Esta nova garota nem parece com aquela ladra. Longe daquela vagabunda, minhas coisas deixarão de sumir. Como detesto ladrões! Deve ser por causa da pobreza em que ela vivia. Mas também é a sem-vergonhice. Não tinha o salário dela? E pagávamos sempre em dias. Atrasamos só estes dois meses. E nem chegamos a lhe pagar. Também, ela foi expulsa por furtos. O dinheiro fica para cobrir o prejuízo. Ah, se desse!

-Como? Cadê a minha pulseira de pérolas que eu deixei nesta gaveta? Ainda hoje de manhã eu a vi aqui?

(...)

Um rapaz desce de um táxi, pega um ônibus e viaja para o lado oposto da cidade. Entra em ruas estranhas e de aspecto não tão acolhedor. Passa por dois becos, antes de chegar ao lugar de destino.

-Diga, aí, fera! O que manda? Trouxe dinheiro desta vez?

-Não. Mas trouxe uma pulseira que vale muito. Lembro que minha mãe economizou um tempão para conseguir comprá-la. Tudo para poder se mostrar às amigas.

-Passa pra cá...

-Vale seis papelotes?

-Tá louco, meu. A cocaína tá cara. Dou quatro. É pegar ou largar.

-Mas esta pulseira vale muito dinheiro. Lembro que meu pai reclamou muito do preço.

-É pegar ou largar!

A troca foi realizada sem nenhuma outra contestação.

Autor: Ranovi Vieira

Nonato Costa
Enviado por Nonato Costa em 09/03/2007
Código do texto: T406645