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Quinto andar do mesmo prédio, entre avenidas e carros que vêm e vão

Era desta janela que eu via, dez anos atrás, as flores nos jardins

Eu via, no inverno, a neve que cobria a relva

Quase sempre, dava para ver o crepúsculo avermelhado nas tardes de outono

Passaram-se dez anos! Vejo, só agora, como tudo mudou

Deixo, agora, o mouse de lado, tiro os olhos da tela, desligo o telefone

Volto a olhar além da janela, da mesma janela

As flores diminuíram, aliás, quase nem existe mais lugar para as flores

Não existe mais a relva, como saberei se ainda há neve?

Terei eu, tempo para saber quanto tempo falta para o próximo inverno?

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