Decepcao amorosa

Seus preciosos minutos perdidos, a angustia apertando o peito, correndo sem saber para onde, como uma menina segurava as lágrimas, como uma mulher forte continha o turbilhão que esmagava seu peito. Foi para o parque da cidade, sentou na grama mais afastada, com as mãos no rosto chorou cada sonho, cada plano, cada desejo de ser feliz para sempre.

Pensava se era cega, se não era digna, o que explicava a pessoa com quem fez tantos planos trocar todo tempo juntos por um outro corpo, por prazer? Distração? Não importava o motivo, já que sabia que se tornara incapaz de acreditar em palavra alguma que ele pudesse dizer.

Amor, esta palavra tantas vezes dita, agora não tinha mais significado, era um mero ajuntamento de letras. Estava esgotada, sem chão, dentro do peito um imenso vazio, e uma dor capaz de tirar o fôlego. Estava sozinha, de tudo, pois de repente tudo tomou um tom de cinza tempestuoso, e o peso da morte fechou as asas sobre si.

Passaram-se horas, o parque fecharia logo, não poderia voltar para casa, cada cômodo teria uma lembrança, em seu quarto fotos, desenhos, bobagens e lembranças que não daria conta de olhar sem sentir dor.

Estava em pedaços, e cada minuto, cada segundo era apenas outra expressão da dor, se esvaziou de si quando sentiu a mais profunda raiva, não pela fraqueza humana, mas pelo modo, trair é violar um acordo, e pior, com alguém do convívio, da historia da pessoa é como dar o recado de “que estou em busca de substituta”.

Lamentou o dia que se conheceram, lamentou cada instante bonito que viveram juntos, pois de nada pesou na hora de ir à busca de outra. Antes um namoro ruim, destes cheios de brigas e disputa, pois tendo um motivo plausível a aceitação simplesmente vem. As lágrimas que escorriam eram quentes, e a alma fria, amortecida de pura decepção foi para casa de olhos inchados.

Em sua cama, olhos fechados fitava o teto, podia ouvir as batidas do próprio coração, pôs uma radio qualquer para tocar, e ficou ouvindo sobre amores e decepções nas canções, a frustração prendia a respiração em sua garganta, um gosto amargo na boca.

A dor era resultado de um ideal, sabia que o que mantinha seu castelo de cartas era a tola ilusão de entrega e sinceridade, e isso nada era senão o resultado de um longo treinamento de crença no dito amor, mulheres, condenadas a crerem nessas tolices. Mas creio que nem mulheres que gostam de mulheres alcancem esta plenitude desejada.

Esperou ali que tudo aquilo passasse. Pediu a Deus que consolasse sua alma abatida.

Dormiu sem sonhos. Viveu , então sem muita ilusão...

T Sophie
Enviado por T Sophie em 05/02/2013
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