A minha Avó

A minha Avó

A minha avó, chama-se Josephina, ela não gostava do seu nome e era chamada, por todos, de "Lolita!...Tenho foto linda dela com meu avô, Arthur. No início do século vinte. Sei que veio de Sergipe e mais nada...Nada mais sabemos. Teve dois filhos, minha mãe e meu tio Chiquito, (Francisco de Lima Ribeiro) .Que Deus o tenha em paz. Lembro-me das comidinhas, feitas, em Uberaba, MG. por minha vó. Certa vez, eu chegando da piscina, fez arroz com ovos fritos... tantos anos se passaram e ainda sinto sabor e cheiro, faço, sem o mesmo sabor. Tenho na lembrança a imagem inesquecível, quando em Uberaba, tive hepatite

e da janela do hospital, via ela vindo me visitar, andando com suas pernas tortas e cansadas...Quando os netos faziam alguma traquinagem, ela pegava o chinelo e vinha pra cima da gente gritando...Vou te matar...Vou te matar...Quando chegava perto, só encostava o chinelo, como quem faz carinho.Em 1959, morava em Caçapava, SP. Com minha irmã mais velha, recém casada com o dentista, (Dr. Juarez Pinto), "esteja em paz". Minha irmã estava grávida de Suzi, minha sobrinha querida. Precisávamos voltar ao Rio de Janeiro, onde morava minha mãe e avó. Lembro-me do Dr. Juarez meu cunhado, consolando minha irmã-grávida de oito meses, mas escondendo alguma coisa de mim. Chegamos ao Rio de Janeiro. Acordei durante a madrugada, no quarto, vendo as pessoas na sala conversando. Voltei a dormir...De manhã, bem cedo saindo pelo corredor do prédio, achando que ia visitar minha vozinha, segurado pelas mãos da minha irmã, uma moradora do prédio fez um comentário com minha irmã, sobre a morte de minha avó. Entendi que vózinha tinha morrido. Tive ataque de choro incontrolável, eu não chorava, urrava de dor. Em frente ao prédio tinha uma padaria e lembro-me que a fila para comprar pão era enorme. As pessoas me olhavam, assustadas...Queria minha vóinha viva. Impossível, vóinha estava morta. Morreu feito passarinho. Minha mãe, na época disse, que meu pai e meu tio passaram a noite velando o corpo de vozinha. Sinto tantas saudade de ti querida Vozinha Lolita, és meu Anjo de Guarda e dormes serenamente em mim. Tiras pedras do meu caminho e plantas flores...Sinto cores e odores como se vivesse em florido jardim...

Beijo e carinho eterno, do neto, tony.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 10/02/2013
Reeditado em 13/02/2013
Código do texto: T4132721
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