Meu eu

E uma tarde dessas passadas, meu carro estragou,

e como com qualquer outra pessoa, me senti impotente.

Com alguns compromissos a fazer na rua, resolvi então tomar um ônibus.

Caminhei meio fora do meu habitat até o ponto e o esperei.

Em pouco tempo ele apontou na esquina, se aproximou, então acenei, ele parou e eu entrei.

Cumprimentei o motorista, que me sorriu ao encontrar meu sorriso, paguei a passagem atravessei a roleta e me assentei.

Fiquei ali observando as pessoas em suas particularidades: altas, baixinhas, magras, cheiinhas, homens, mulheres, crianças..._ ah essas, como são levadas!

Fiquei ali analisando aquele universo; pessoas felizes, outras com ares de cansaço, outras falando alto, contando estórias... Outras ainda com jeito apressadas.

Me vi inundada de perguntas; mas me sentia tão bem, dividindo aquele ambiente com aquelas pessoas... Me vi assim, desnudada de títulos, de status, descalça de graduação, desvestida de qualquer vinculo a qualquer coisa.

Me senti tão anônima, tão ser humano, tão eu, tão genuína;

fiquei pensando em como seria o mundo delas, mas não busquei responder para mim, me limitei a tão somente sentir.

Essa liberdade me fez bem, esse dividir espaço me fez crescer sem o menos esforço;

_como é bom não estar relacionada a nada, simplesmente ao mundo.

Me senti tão livre e percebi que não tenho limite, porque o meu limite naquele momento saiu do eixo.aquele sentir bem, me fez leve na liberdade...e o mais lindo de tudo...eu senti bem dentro de meu coração,

_ah, como aquela liberdade me prendeu.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 10/02/2013
Código do texto: T4133498
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