Um dia que não consigo esquecer

Começou com aquele gesto

Estou enganado

Não existiu nenhum gesto que seja louvável

Começou mesmo com aquele cara

Um trairá

Verdadeiro ser de alma pequena

Igual os políticos altera sempre a ótica das coisas

Faz com que os acontecimentos fiquem ao seu favor

O medo de ser tragado pela falta de criatividade

Controla as mentes dos que seguem em suas órbitas perdidas

Vai se afastando da verdade como um planeta que foge do sol

Convencendo cometas de pseudo-intelectualidade

De que sua persuasão é boa

Abre os olhos

Para mergulhar no mar de lama desta desagradável pessoa

Cheguei a sonhar

Com a faca entrando em seu umbigo

No teclado deste computador me vingo

Dobro sua língua como vinco de calça passada

Acordei assustado com a minha raiva

Magoado por ter acreditado em quem sabia não valer nada

Respondendo com as lágrimas de desapontamento

Escuras como chuva ácida

Do outro já esperava covardia

Quem se esconde num amor sem amor

Nunca venceria

Sua vergonha de ser quem é

Algema-o ao pé da cama

Junto a yokoama

Sem fazer drama

Este texto tem função de superar

A falsidade que me atingiu como uma flecha

Meu sonho provou que o sono não é capaz de vencer as mentiras

Se o fosse nunca dormiria

Mesmo não tendo vontade de falar, aos dois este texto foi escrito

pois não consigo esquecer o dia mais perdido

nem o preconceito de quem jurou ser o herói do infinito.

Marco Cardoso
Enviado por Marco Cardoso em 10/08/2005
Reeditado em 12/09/2005
Código do texto: T41743