PODE SER VOCÊ NA HISTÓRIA.

Em uma madrugada muito fria um homem ganha seu melhor presente, ele fica tão feliz que do frio se esquece. E, de tão eufórico, repetidamente diz:

–Sou pai, sou pai...!!!

Pois é tão grande sua emoção que só isso consegue falar. É uma bebesinha linda que acabara de nascer, é uma fofurinha de bochechinhas rosadas e de olhinhos azuis. A mãe escolhe o nome Estéla e o pai gosta muito.

Como ocorre tudo bem, em pouco tempo a Estélinha já está em casa. É linda aquela cena, uma bonequinha com aqueles olhinhos azuis bem arregalados prestando atenção em tudo.

Com alguns meses fala suas primeiras palavras:

–Mamã, mamã...!

Com mais algumas semanas ela fala:

–Papá.

Tem uma linguagem que no começo só sua mãe entende, ela não para de falar. Agora mesmo, enquanto chora muito, só fala:

–Papá chuchu! Chuchu!...

E daí, tentando acalentá-la, seu pai lhe entrega um chuchu e sua esposa ao ver essa cena ri bastante e diz:

–Meu bem, não é um chuchu o que ela quer! Ela quer é assistir o programa da Xuxa que viu na casa da primina!

Conforme o tempo passa ela se desenvolve e já engatinha, anda e por fim já corre e pula. Vibra de alegria quando pela primeira vez escreve seu nome sozinha. Agora naquela fase dos por ques. ''Tudo'' ela quer saber..., até mesmo de onde vem os bebês, e isso lhe é explicado de uma maneira simples e condizente com a idade que tem. Já na escola é muito danada mas sempre tira boas notas. Como é comum, no começo da adolescência ela está muito aérea e calada. E, como é uma boa menina e tem um bom diálogo com seus pais, sua mãe lhe pergunta:

–Filhinha o que você tem?

–É que eu tô muito feliz!

–Mas por que tanta felicidade filhina?

–É qué..., tem um menino que eu gosto, e ele me pediu em namoro.

–Sua daninhas você é muito nova pra isso!

–Calma mãe! Disse pra ele que vou pensar.

–Então lhe diga que como é muito nova agora só serão amigos, e quem sabe mais pra frente...

–Tá bom mãe! Serei obediência, não se pr

E agora quase dois anos depois, começam o namoro. E a Estéla o leva em casa e o apresenta aos seus pais. Eles passam a tarde toda conversando e por ser um rapaz responsável o namoro é aprovado. Enquanto o tempo passa fazem muitos planos e pensam em se casar depois da faculdade. Se preparam bem, passam no vestibular e vão para a mesma faculdade, ela faz medicina e ele farmácia. Pois os dois querem de algum modo ajudar a salvar vidas.

Já no terceiro ano vão ao casamento de um casal de amigos da faculdade e em casa a Estéla avisa que só voltará de madrugada.

É uma madrugada quente e seus pais dormem, com a janela do quarto aberta, de repente o telefone toca, seu pai o atende e, junto com sua esposa, rapdamente se arrumaram. E de carro e vão ao hospital onde anos atrás a Estéla nasceu.

Ao chegarem, logo na recepção, encontram o namorado da Estéla machucado e com a roupa rasgada. Com as mãos ele segura a bolsa da bela moça suja de sangue. E nesse momento ele chorando diz:

–Durante a festa nós não bebemos nada alcoólico. pois combinamos de que era melhor que estivéssemos em condições de dirigir. Mas lá no cruzamento do posto de gasolina enquanto voltavamos, eu ao volante e ela dormindo, um carro avançou o sinal e bateu no meu carro bem no lado que ela tava.

Daí ele baixa a cabeça e, enquanto se lembra que o motorista quase não se feriu, revive o momento em que tentou conter uma forte hemorragia em sua amada antes que ela ficasse inconsciente, ele dizia:

''–Calma meu amor vai dar tudo creto!

–Caso eu não resista, cóf, cóf... diga aos meus país que os amo e sou muito grata por todo amor e carinho que recebi.

–Não Estéla, você não vai morrer!

–Te amo, cóf... Me beija, cóf, cóf...

E durante o beijo, sem mais forças ela desmaiou.''

Então ainda com a cabeça baixa ele conta tudo o qué aconteceu até aquele momento e que aguarda notícias dela que está na UTI.

Enquanto isso o pai dela tenta acalmar a esposa dizndo:

–Tudo dará certo.

Daí um policial entra com um homem embriagado, com a testa cortada e algemado que insistentemente diz:

–Foi sem querer! Foi sem querer!

Ao ver isso o namorado diz:

–Foi esse bêbado que machucou ela!

Nesse instante o médico vai até eles e diz:

–não tenho boas notícias, infelizmente ela não resistiu.

Naquele momento os três choram muito e o calor agradável daquela madrugada é esquecido e substituído como que por um frio gélido que os machuca e esmigalha seus corações... Tudo isso por causa da irresponsabilidade de uma pessoa que não se importou em arriscar sua própria vida e a de outros por, estupidamente, dirigir depois de beber.