O Lobisomem

Certo rei, um maníaco inteligentíssimo, que queria curtir sua doença honestamente, construiu um palácio cheio de labirintos para uma religião independente. Todo ano uma família era honrada com a escolha de sua filha para o sacrifício da boa colheita.

No caso de pestes anuais ele bolou o cerimonial perfeito, em grande estilo e com honrarias. Uma perfeição! A virgem era vestida ricamente e o cortejo pomposo passou a ser cobiça de todas as virgens da corte, pois a família honrada passava a fazer parte da elite. O ritual triunfante era acompanhado pela banda de música e a guarda de honra prestava homenagens. O rei seguia o cortejo fúnebre a pé com toda sua família.

Durante anos e anos ele cometeu seus crimes perfeitos, uma verdadeira obra de arte. Sua filha que vivia ricamente, mas ignorada dentro daquele palácio decidiu: “Já que nunca tive vida, utilidade nem prestígio, vou morrer em honra, para o bem do meu povo e da nobre colheita”. Já que ela era amiga da honrada família da próxima colheita, ordenou a seus mordomos que fizessem o serviço da substituição das virgens na próxima festa.

A festa transcorreu normalmente até o momento do sacrifício. Depois que o rei exerceu sua tara, tirou a virgindade da jovem com grande estilo e a matou estrangulada, ele tirou a sua máscara de touro e carinhosamente tirou a máscara da virgem que vestia trajes de Julieta e, para a sua surpresa ele havia matado a sua própria filha!