MEU DEUS! É ELA!

Quando Henrique ouviu da mãe que iam ao supermercado ficou muito feliz. Todas as vezes que iam às compras, sempre no final era a hora do sorvete, isso fazia com que aquelas saídas fossem divertidas. Arrumou-se alegremente, era um menino vaidoso apesar dos seis anos de idade.

Entrou correndo no supermercado enquanto Lidiane pegava o carrinho. Deparou-se com uma senhora que lia atentamente as calorias de alguns produtos. Ao vê-la, achou-a curiosa, tinha o corpo de uma jovem, mas ao virar-se ele viu que era uma pessoa mais velha. Isso o intrigou e o incomodou. Passou a observá-la de longe. A senhora o olhou com simpatia e ele sentiu um terrível mau humor e passou a fazer cara feia para ela. Logo sua mãe o chamou e foi ao seu encontro, mas bastou se distrair e lá foi Henrique procurar a mulher para lhe fazer careta. E assim foi por toda a compra da mãe. Quando o menino viu que Lidiane já se dirigia ao caixa, esperou começar a passar as compras e correu ao corredor e deparou-se com a mulher. Parou, fingiu que olhava um produto, se aproximou mais, olhou-a fixamente e disse:

- Sua velha.

De súbito, a senhora falou :

- Velha é a sua mãe que pariu esse menino feio que é você.

E lascou a falar um monte de palavrões ao menino que arregalou dois olhos imensos que pareciam que iam saltar do rosto, ficou pálido que nem papel e olhou para os lados para ver se sua mãe estava presenciando aquela cena. Andou duro até o caixa , Lidiane terminara de fazer o pagamento:

- Vamos filho, vamos pegar o sorvete.

- Quero não mãe, estou com dor de barriga.

- Está muito forte filho?

Henrique olhou para os lados para ver se avistava a senhora:

- Não, é só uma dorzinha, mas eu quero ir embora. Vamos.

Lidiane estranhou, mas enfim, foi até o carro guardou as duas sacolas de compras no banco de trás, onde imediatamente o menino entrou e ficou sentadinho.

Quando a mãe ligou o carro, Henrique ajoelhou-se no banco e olhou para trás e viu que a mulher vinha em sua direção . Como percebeu que o carro já estava em movimento, ele olhou fixamente para ela e lhe mostrou a língua e sentou-se. Sentiu-se feliz por esse gesto, estava vingado. Aquela velha senhora xingando sua mãe daquele jeito, mas teve o dela. Bem feito. Pensou. E foi embora satisfeito, porém sem seu sorvete.

Dois dias depois foi chamado pela mãe para ver a mudança que havia chegado à casa vizinha. Ele correu para a porta, ansioso, com sorte mudaria algum amiguinho para brincar. Que susto ele tomou ao ver quem descia do caminhão:

- Meu Deus! É ela!

Raquel Delvaje
Enviado por Raquel Delvaje em 07/08/2013
Código do texto: T4424406
Classificação de conteúdo: seguro