Confissões de uma morta viva

Não são propriamente confissões, são mais achismos, teorias ou conclusões formadas por mim, ao longo do tempo, como não sei quanto tempo tenho e nem você sabe quanto tempo tem, somos mortos vivos. Quando perceberes sobre o que se trata o texto, não pense que saciará suas dúvidas, ao final do mesmo, terá apenas mais perguntas.

Tudo começou quando a vi pela primeira vez, foi como nos filmes, a estrada, o clarão e nada, nada mais. Depois acordei em uma cama de hospital, típico. O acidente me fez pensar na morte pela primeira vez. Tinha eu meus 11 anos, a morte me era distante, tanto quanto a chuva é no sertão, hoje me é próxima, tão próxima quanto a vida me foi um dia, naqueles meus 11 anos. A partir daí comecei a vê la onde ela nem estava, como dois olhos redondos e enormes na escuridão, me encarando.Pensar na morte tirava minha liberdade de vida. Afinal, o que é morte? me perguntava e ainda me pergunto. Acho que precisa se estar morto para poder responder essa pergunta, ai vem outra...nossa consciência continua viva após a morte do nosso corpo? E então vira um ciclo de perguntas que só serão respondias ou não quando a inevitável morte chegar.

Enquanto escrevo sinto ela se aproximando, a cada dia que passa sinto me mais próxima da vida e da morte, são extremos tão tênues, chegam a me assustar. A vida vem e vai num piscar de olhos, num bater de asas.

É tão simples romper o elo da vida, o mais comum é estar vivo sem se estar vivendo...um autêntico morto vivo...o pior deles. A vida passa tão rápido, temos que abraça la para que não escape , não podemos perder tempo. Podem pensar que estou perdendo meu tempo escrevendo isso, mas são palavras que quando presas me sufocam, preciso solta las para serem lidas com ou sem vontade.

É um texto um tanto quanto mórbido, mas esse assunto também deve ser falado pelos poetas, se é que sou uma, não se preocupem continuarei a escrever sobre o amor, meu assunto favorito.

Vou agora morrer...ou viver, aguardem por mais ''confissões'' de uma morta viva.

Luiza Bruun
Enviado por Luiza Bruun em 30/08/2013
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