Pequenas Histórias Sobre Estranhices

Propensos à acumular trabalho e riso solto aquele dia, todos com o mínimo de normalidade ali presentes, concordaram quando um deles esboçou indignado "mas que mundo é esse que a gente não pode nem mais falar sozinho nas ruas que todos já ficam olhando estranho?". Emendando estranhices, um outro comenta sobre sua mania de que se coçar a orelha esquerda, deve coçar também a direita, ou então alguma coisa fica errada. - Ah essa não é tão boa, senão eu ia anotar. Essa tinha a mania de anotar a mania dos outros pra pegar depois. Risos se derramam em cima do trabalho que deveria estar sendo feito e o compartilhamento de estranhices continua. - Isso é TOC sabia? - Sim é TOC: Tudo em Ordem Comigo. Das minhas manias cuido eu. Talvez o mais estranho no grupo era a escolha de trabalhar com coisas que tinham mania de ferir ideologias para que pudesse funcionar, afinal juntar desenvolvimento com meio ambiente atingindo o menor número possível de sossegos era dolorido. Falaram ainda sobre não pisar nas divisas das calçadas, sobre horas iguais, organização perfeita, sair pela mesma porta que entrou.. enfim.. resolveram ceder à mania de voltar à realidade. Antes, notaram uma que nada havia dito o tempo todo. - E você Bernice, não tem nenhuma mania estranha? Com aquele pouco ar de loucura e tom de quem acredita no que faz, ela respondeu: - Eu tenho fé na vida! E todos concordaram: Você é mesmo muito estranha ein Bernice. E os risos todos caíram outra vez.

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 20/09/2013
Código do texto: T4489950
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