Poesia obsessora

Desenvolveu compulsão por escrever poesia. Hábito ocupava muito de seu tempo e, sem rival, constituía grande ou único passatempo. Questionavam-na - ela própria o fazia, sem encontrar uma razão - quanto ao porquê de tamanho afã.

Som inconfundível do carro. Marido chegara. Agora, escrita em agilidade frenética. Dedos no teclado passam do compassado para uma cadeia de espasmos, como se tomada por crise de epilepsia, doença que nunca tivera (digo não tem).
Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 18/10/2013
Reeditado em 22/10/2013
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