Para a Garota Que Me Deu Cerveja

Não me lembro bem mas acho que tudo começou com um telefonema e um amigo me chamado para tomar cerveja com um outro que nós esperava no bar. Eram dias quentes, acabei aceitando e quando menos percebi estava bebendo conhaque e vodca, claro.

Quando você bebe, você se torna tremendamente igual aos demais bêbados. São como uma coisa só. Eventualmente eu e meus dois amigos fizemos amizade com os demais e às vezes eles dividiam suas cervejas e às vezes nos dividíamos a nossa.

Há garotas espetaculares, devo dizer que mais que espetaculares, lindas mesmo, do tipo que faz os homens tomarem iniciativa e naquele momento todos do bar estavam tentando agarrá-las para si.

Uma é magra e tem seios medianos, bunda firme e mediana também, feições infantis. A outra, sua amiga, é mais alta e corpuda. Tem seios grandes, bunda mediana e coxas grossas e rijas. Ela tem um lindo olhar, cabelos negros e feições delicadas e europeias.

Um dos meus novos amigos nos apresenta, é interessante ou engraçado.

Os homens seguem tentando conquistar as garotas e eu sigo bebendo. Eu discuto com uma feminista dizendo que é inútil tentar mudar a sociedade as três da madrugada e começando por mim que a essa altura estou muito bêbado, muito. Ela não entende as brincadeiras e os rapazes e eu pegamos ainda mais pesado. Ela se retira, nos xingando. Faz parte.

Colocamos música na jukebox. Música boa. Um dos meus amigos já sumiu. Eis que a mais alta e mais corpuda das garotas se desvencilha de um grupo de loucos e anda até nós. Ela para próxima a mim e pergunta:

- Quer cerveja?

- Eu aceito, sim. - tento pegar a garrafa.

- Não, não, pode parar! Abre a boca.

Entro na brincadeira e deixo que ela me sirva e me embebede. Que cena. Ela se afasta em seguida. Me olha ocasionalmente e retribuo o olhar, mas nada além disso acontece. Tudo bem, é o bastante pra mim, ganhar essa graça. Ficarei pensando nisso até o próximo fim de semana. Isso meio que me satisfaz.

Em algum momento ela vai embora sem se despedir.

É melhor assim. Estou muito sentimental por estes dias, ou muito bêbado.

Não sei bem quais foram as intenções dela, mas foi um momento muito divertido e me senti bem. Lhe agradeço.

Obrigado.

Vinícius Risério Custódio
Enviado por Vinícius Risério Custódio em 18/03/2014
Reeditado em 30/04/2016
Código do texto: T4734122
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