A História de Henri
V. Missões
Nina estava feliz com o marido, mas sua paz não podia estar completa.
Geralmente era chamada por Cristina para conversar com o irmão.
Cristina reclamava que a cada discussão, Henri além de quebrar as coisas, o que não era destruído, era vendido para sustentar seus vícios.
O marido de Nina sempre argumentava que o caso estava perdido e que não entendia porque ela ainda se envolvia. Vivia sempre num corre-corre de lá pra cá, daqui pra lá. Nina, porém, não desistia.
Na mesma época, Nina também intervia na vida de Cristina, que agora tinha quatro filhos e os deixava em abandono para levar uma vida de adolescente.
Queria ir as baladas nos clubes do bairro, encontrar amigos, curtir a vida como se não tivesse responsabilidades de mãe.
Nina denunciara a sobrinha ao conselho tutelar, que mandou chamar os pais das crianças, obrigando-os a levarem seus filhos para morarem com eles.
A surpresa é que entre seus dois filhos, frutos de seu primeiro relacionamento, o pai escolhera levar o filho mais velho, que não tinha problemas de saúde.
Deixou o filho mais novo, portador de uma doença neurológica grave que encurta a coluna à medida que o menino cresce, sob a alegação de não ter condições de arcar com o tratamento do menino.
O conselho tutelar obrigou Cristina a arranjar um emprego para sustentar os filhos exigindo que os meninos fossem matriculados numa creche do bairro.
Eis o principal motivo pelo qual Nina não abandonara esses parentes.
Nina assumira para si, como missões, cuidar desses dois seres desestruturados.