Epitáfio

Quando eu por fim perecer dessa vida descontente, desgarrado do solo em que piso. Quero que o mais íntimo dos amigos proclame as minhas desventuras. E cedo aquele que tiver vontade de me bater, amaldiçoando o meu desviver, ressuscite cada lembrança que tivera comigo. Oportunizo os meus inimigos a certificação do meu falecimento, mas em ato de cordialidade, ceda aos meus familiares, o seu cumprimento. Aos que se emocionam facilmente - contenha o choro - não quero um coro de marias-choronas, que - sinceramente - não estão sensibilizadas. Agora de maneira ecoante - mas não de forma mais pujante - quero agradecer as amantes que tive. Embora o alarde esteja lançado, adianto que poucas eu amei. Por isso, se sentiu um dia: Eu a ti ter me entregado. Fique! Até que eu seja sepultado.

Do até então Mateus: Um excelente amigo e inesquecível ex-namorado.