Todos os dias

TODOS OS DIAS

Ela sentia medo, medo do que talvez ainda fosse acontecer.

Todos os dias assistia a um filme de terror, tendo como principal elenco, a miséria, o ódio e a dor.

Ela presenciava sorrisos falsos, abraços gelados, e seus sonhos tão cheios de amor, desfaziam-se pouco a pouco.

Sonhos que outrora faziam parte de seu viver perdiam o sentido diante de seus olhos, sem brilho e sem cor.

Pra onde iria? perguntava-se todos os dias, porém, nem ela mesma sabia, pois sentia-se perdida em meio a multidão, vendo os mesmos rostos, ouvindo frases repetidas, igualmente a uma ferida que não cicatriza.

Ela sentia como se tudo aquilo fosse um pesadelo e mal percebia que já nem dormia, querendo fugir da triste realidade em que vivia.

Ela sabia o quanto difícil era sua caminhada, não entendia como tudo acontecia de forma tão equivocada.

Todos achavam engraçada sua estranha maneira de ser, no entanto ela prosseguia mesmo inconformada.

Certo dia ela resolveu mudar, saiu em busca de sua felicidade, viajou por lugares distantes, conheceu pessoas diferentes, novas fragrâncias, novos sabores e até mesmo, novos amores, e por mais incrível que pareça, viveu tudo isso sem precisar sair do lugar, apenas virando páginas de livros e com seus longos dedos fazendo o lápis deslizar no papel, dando vida as palavras, enfim, voltou a sonhar, livrando-se daquela monotonia e do triste filme de horror que assitira todos os dias.

Vilma Neila
Enviado por Vilma Neila em 08/07/2014
Reeditado em 21/11/2015
Código do texto: T4874027
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.