Promessa é dúvida

Conta-se que na capital do Brasil na década de 80, um político costumava escrever, à máquina de datilografia, suas promessas aos eleitores, deixando no final da carta uma expressão: “Promessa é dívida”, para que o prometido pudesse ser cobrado quando ele fosse eleito. Se o prometido era de fácil atendimento, a frase era datilografada de forma correta “Promessa é dívida”, mas quando a promessa não iria ser atendida, ele trocava a “i” pelo “u” e a frase ficava assim: “Promessa é dúvida”.

A desculpa pelo erro? È que as letras “u” e “i” no teclado são vizinhas (ainda hoje é assim nos computadores), e basta um pequeno descuido para que sejam digitadas de forma trocada.

Claro que ele só cumpria o que havia prometido, quando era “dúvida”, não tinha porque atender.

Depois da eleição o diálogo ficava assim:

- Vim cobrar o emprego que o senhor prometeu nesta carta!

Essa era o tipo da promessa que não poderia cumprir, pois certamente ele havia prometido a quase toda a cidade. Era uma tremenda dúvida ou enrolação mesmo.

Se fosse dúvida, ele dizia:

– Realmente eu não tinha certeza de que poderia lhe dar esse emprego quando eu fosse eleito, por isso eu coloquei aqui embaixo da sua carta, que essa promessa era uma dúvida para mim.

- Minha autarquia, realmente o senhor colocou e eu nem percebi.

- Para que você não volte para casa de mão abanando, vou lhe dar um vale gás. Faça uma comida gostosa e me chame para almoçar domingo na sua casa. "Eita povo miserável que só gosta de pedir " - Pensou.

Ao deixar a sala, a "autarquia" falou aos assessores:

- Vai trabalhar, Carniça!