Ao som de Mozart.

Entediado, levantou-se do sofá e desligou o aparelho de som calando Mozart. O silêncio dominou a sala, mas não seus pensamentos. Pegou a vassoura e foi varrer a calçada, tentando distrair-se um pouco. Enquanto trabalhava, reparou discretamente os transeuntes aparentemente focados em seus afazeres. Isso despertou sua inveja. Notou em seguida, que o botequim estava sendo aberto. Concluiu seu trabalho e dirigiu-se apressadamente ao bar. Pediu uma dose cavalar de uísque e sentou-se em um banquinho próximo a entrada a fim de continuar observando as pessoas. O dono do bar o vendo em silêncio puxou assunto enquanto limpava o balcão, mas ele respondeu reticente. Sagaz que era, o dono do bar percebeu que o rapaz estava enfadado e lhe propôs de cara um arrendamento daquele estabelecimento, conseguindo então chamar a atenção de seu interlocutor. O homem confessou que não dava para o negócio e que queria mudar de cidade. O rapaz enxergou ali uma oportunidade de dar uma sacudia em sua pacata vida. O desafio era grande e tentador. Sem relutar aceitou as condições do arrendamento.

No outro dia após a contratação do pedreiro e do pintor. Após ter ido às compras, e por fim visitar o advogado para assinatura do contrato de locação, sentou-se exausto em sua poltrona e ao som de Mozart, dormiu o sono dos justos.

Sérgio A Silva
Enviado por Sérgio A Silva em 26/08/2014
Reeditado em 03/10/2014
Código do texto: T4938069
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