O Cafajeste

“O ganancioso tem tanta pressa de ficar rico, que nem percebe que a pobreza está chegando”. Pv 28:22

Milca mulher exuberante, seios tal qual uma melancia e uma popança exorbitante, busca um homem Inteligente meigo bonito e atraente com uma bela conta bancaria e um sorriso condescendente. Mulher de pouca instrução, com o fundamental incompleto, e que não possui as características do homem que ela acha ser o certo. Conheceu um sujeito chamado Biltre da Pulha Safardana que lhe cobriu de elogios quando a viu pela primeira vez. Ele disse: Nem o por do sol se compara com a sua beleza extraordinária! Isso a deixou ainda mais arrogante.

Deu-lhe um cartão com seu telefone e sua profissão, e disse-lhe ser engenheiro um construtor de grande fama e convidou-a para jantar com palavras impressionantes. Disse ele: Se as estrelas se mudassem para a terra, seriam meras coadjuvantes, comparada com a sua beleza estonteante. Sem mais delongas aceitou visto que ele tinha o perfil que ela sempre desejou.

No bate papo entre os dois, ela abriu seu coração e disse-lhe que tinha um apartamento fruto de muito suor e trabalho. Após o jantar dos dois, Biltre da Pulha Safardana, levou-a pra sua casa num condomínio de bacana num bairro nobre e caro próximo do centro metropolitano. Ela se achou uma princesa uma cinderela dos contos.

Pela manhã ele a levou para o trabalho demonstrando carinho e cuidado, mas antes pegou seu telefone para está sempre em contado. Após uma semana de namoro, ela o levou para o seu apartamento, e depois de quatro meses de união, ele sugeriu que vendesse, pois com ela viveria em sua nova residência. Ele lhe disse: Amor da minha vida sem o qual eu não sobrevivo, venda logo esse apartamento e venha morar comigo. Despreocupada e tranqüila, não pensou nem duas vezes passou o apartamento pra frente atendendo ao pedido do rei, o homem que a encantou desde o dia em que o viu pela primeira vez.

Logo depois alugou um excelente apartamento enquanto Safardana fazia melhorias na sua residência. Depois da venda do imóvel, Safardana lhe propôs uma viagem falando com versos convincentes que enganariam até o diabo. Ele disse-lhe: Os pombos fazem os seus ninhos em lugares exuberantes, meu amor vamos partir e conhecer novos horizontes. Logo em seguida ele comprou um tremendo carro do ano. Foram pra Disney curtir sem pensar no amanhã.

Ao retornarem da viagem alugaram um apartamento, enquanto esperavam que a reforma da casa do Biltre terminasse. Quando em fim se acomodaram, com muita sutileza Safardana lhe falou: O seguro morreu de velho e o prudente o enterrou! Querida retire uma grana pra despesa do dia-a-dia, pois ir ao banco não é seguro quando isso é feito quase todo dia. Mais uma vez ela atendeu ao que Safardana lhe pediu.

Nisso se passaram dois meses sem nenhuma novidade, mas numa certa segunda-feira, Milca não o encontrou em casa, ligou para ele varias vezes, mas não fez nenhum contato. Mas algo lhe chamou a atenção assim que chegou em casa, tava faltando à televisão de 55 polegadas e o dinheiro que estava escondido, também lá não se encontrava. Mais de dez mil foram levados ficando apenas uns centavos. Procurou também o carro, mas na garagem não se encontrava.

Foi na casa onde dormiu com Biltre algum tempo atrás, descobriu que ela estava do mesmo jeito que ela tinha encontrado, não havia reforma alguma o que ela ouviu foi inventado. Após tocar a campanhia um senhor apareceu e perguntou-lhe o que queria e ela logo lhe respondeu: Onde está Biltre da Pulha Safardana o dono dessa bela casa? O senhor abriu um sorriso e disse-lhe: aqui não mora Biltre algum e eu me chamo Joctã eu sou o dono da casa.

Após lhe contar toda historia ele pediu-lhe o cartão que ela tinha recebido dele no dia do primeiro encontro, ele atentamente olhou e perguntou-lhe se havia alguma foto, ela então se lembrou das fotos do celular tirada em vários momentos de extrema felicidade. Ele observou as fotos e de repente exclamou: Esse homem não se chama Biltre! E ela logo perguntou: Como é que o senhor sabe? O senhor o conhece? Sim ele respondeu. Ele era o meu caseiro mandei-o embora porque os vizinhos me disseram que ele estava trazendo mulheres pra dormir aqui e fazendo festinhas até altas horas da madrugada.

Como ele se chama? Ela perguntou: ele disse-lhe: Jazam! Ela perguntou-lhe onde ele morava? Ele disse: Não sei talvez em Quiriate porque ele disse-me que tinha parentes lá. O dono da casa perguntou-lhe: Como é que você se deixou levar por esse cafajeste? Mas moço como é que eu podia imaginar que ele era um cafajeste, respondeu ela. Disse o dono da casa: Mas ele disse-lhe que era um cafajeste. Ela respondeu: Como assim ele me disse? O senhor acha que se eu soubesse iria confiar nele? Calmamente ele olhou para o cartão que ela havia lhe dado e disse-lhe: Ta vendo aqui esse nome Biltre da Pulha Safardana! Ela respondeu: Sim estou. Ele disse: Todas essas palavras são sinônimas de cafajeste, ele não te enganou, ele lhe disse quem ele era.

As lagrimas rolaram pelo rosto de Milca que pagou um alto preço pela sua ingenuidade que se deixou levar pela aparência sem saber que estava lidando com uma pessoa desqualificada de péssimo comportamento, e que não se importa com os sentimentos dos outros. Só restou para Milca a gratidão dos amigos do trabalho que lhe emprestou o dinheiro do aluguel de uma quitinete onde ela foi morar numa comunidade, porque o aluguel do apartamento já estava pra vencer e o que Safardana deixou para ela foram apenas alguns centavos.

Antonio Sergipano
Enviado por Antonio Sergipano em 12/10/2014
Reeditado em 28/03/2015
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