ATO INSEGURO

É muito comum em nosso dia a dia presenciarmos pessoas, inclusive a nós mesmos, praticando ato inseguro.

As modalidades são as mais variadas possíveis: falar ao celular enquanto dirige, atravessar a via falando ao celular, brincando com outras pessoas ou lendo, trabalhar em altura sem utilização de cinto de segurança, não utilizar o equipamento de segurança, deixar objetos em lugar inseguro, efetuar limpeza de pisos sem sinalizar, atirar guimba de cigarros sobre a vegetação à margem das entradas, nadar em lugares de corredeira, dirigir após ingerir bebidas alcoólicas, etc., etc., apenas para citar alguns.

Quando se tratam de terceiros, somos os primeiros a apontar o dedo e a criticar. No trânsito então já virou cultura buzinar de forma ofensiva por qualquer coisa, até mesmo quando um condutor sinaliza devidamente a sua intenção de estacionar em uma vaga disponível em via publica, à nossa frente.

Somos muito atentos aos erros dos outros, mesmo que esses erros também sejam cometidos com certa frequência por nós mesmos. É como se os nossos erros fossem sempre inofensivos, desprezíveis.

O preocupante é que muitas vezes esses atos inseguros deixam-nos a descoberto, podendo até mesmo colocar em risco a saúde física e a vida de outro alguém.

Vou narrar uma situação que aconteceu ontem comigo (04/03/2013), que, graças a Deus, não me trouxe consequência relevante e nem a terceiros:

Nesta segunda-feira fui a um supermercado e adquiri alguns itens diversos, para levar para casa. Dentre eles encontravam-se pacotes de biscoitos (bolachas para alguns), queijo fatiado, iogurtes com pedaços de frutas, pão especial recheado com castanha e nozes, pão especial de 12 grãos, um panetone fabricação própria do supermercado, um pacote com quatro rolos de papel higiênico, desinfetante para o banheiro, água sanitária e 270g de biscoito quatro queijos.

Como de costume acomodei todos os produtos em uma caixa, exceto os biscoitos quatro queijos, prendi a caixa com um elástico próprio na garupa da moto e saí com a costumeira naturalidade. Na movimentadíssima esquina da rua Itajubá com avenida do Contorno, ouvi um barulho alto, de alguma coisa que caíra. Olhei para trás e vi a caixa e vários dos citados produtos espalhados pela via.

Parei a moto por perto, em local seguro, há uns cinco metros do ocorrido e fui tentar salvar alguma coisa. Reparei que alguns transeuntes estavam muito preocupados em conseguir parar os carros, para evitar que algum veículo passasse por cima de tudo. Mas a intensidade do tráfego e a pouca luminosidade das 19 horas, impediram a eles de lograr êxito.

Ao me aproximar das coisas esparramadas, a triste realidade: um caminhão impiedosamente passou por cima de vários itens. Tinha ainda esperança de salvar alguma coisa, quando veio um automóvel e destruiu outra parte. Virei-me de costas e não quis recuperar mais nada.

Ainda bem que pelo menos os biscoitos quatro queijo, que se encontravam dentro da mochila que eu carregava e foram salvos.

Ao parar para refletir, cheguei a uma importante constatação: o ato inseguro, além de expor a si próprio e a outras a riscos desnecessários, também constitui escancarada afronta à responsabilidade social, uma vez que, no mínimo, pode ocasionar desperdícios como os aqui relatados e muito desconforto.

Que fique bem gravada mais essa lição que a vida me oportunizou protagonizar.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 29/12/2014
Código do texto: T5084262
Classificação de conteúdo: seguro