O Conto da Sereia

Era uma vez...Não. Já lhe bastava a imaginação. O sentido se tornou mais forte. Chegado o ponto da decisão final, preferiu acreditar em velhas histórias e falsos boatos. E pagou caro por sua inocência. Acabou se tornando solitário e vazio de antigas paixões. Suas palavras saiam cansadas e sua literatura se tornava mais profunda e intimista. Chegava a se assustar diante sofrimento tamanho colocado na ponta da caneta. Queria um sabor de nostalgia. Um sopro saudável do vento que agitava antigamente seus cabelos. A vida que havia lhe pertencido e que foi tirada diante um punhado de decepções. Talvez, estivesse procurando nos lugares errados. Pensando estar seguro, acabou pisando em solo desconhecido. Areia movediça que agora estava fazendo se afundar na sua própria poça de mágoas e decisões inconsequentes. Mas já passara por isso e tinha, até, se saído bem. Só faltava lembrar da sua essência, que se encontrava escondida sob uma porção de futilidade e visões tortas do mundo. Já podia sentir novamente e isso era meio caminho andado. Agora, faltava se permitir ao amor. Mas não o amor fraco que se fala da boca para fora. O amor na sua mais bela profundidade e encanto que se pode causar. De dar arrepios ao ouvir o nome da pessoa amada. E a decisão chegou como o canto da sereia aos ouvidos dos marinheiros.

Bruno A Ribeiro
Enviado por Bruno A Ribeiro em 05/02/2015
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