SENTIMENTAL
Usualmente apreciava estar só, mas era quando entrava em seu carro indo para o trabalho que se sentia mais dentro dela mesma.
O trânsito incansável a fazia anônima, encapsulada em seus pensamentos, a única habitante daquela espaçonave que jamais decolaria.
Ia dirigindo entre concentrada e absorta e ao longo do trajeto garimpava músicas que lhe lembravam antigos amores. Seguia embalada por emoções gastas, lembrando deste ou daquele antigo namorado.
Descobria-se apaixonada novamente e pensava em ligar. O celular no fundo da bolsa e no banco de trás do carro tornava o acesso atravessado, e a impedia de concretizar o erro.
Por toda a duração da música um arremedo de amor com nostalgia seguia com ela entre desconhecidos, sinais e muito asfalto. Enquanto a música fluía, ela voava.
Então uma das duas previsibilidades acontecia, acabava a canção ou o caminho.
E aí ela descia leve, o sentimento indo embora junto aos últimos acordes de sua solidão.
O trânsito incansável a fazia anônima, encapsulada em seus pensamentos, a única habitante daquela espaçonave que jamais decolaria.
Ia dirigindo entre concentrada e absorta e ao longo do trajeto garimpava músicas que lhe lembravam antigos amores. Seguia embalada por emoções gastas, lembrando deste ou daquele antigo namorado.
Descobria-se apaixonada novamente e pensava em ligar. O celular no fundo da bolsa e no banco de trás do carro tornava o acesso atravessado, e a impedia de concretizar o erro.
Por toda a duração da música um arremedo de amor com nostalgia seguia com ela entre desconhecidos, sinais e muito asfalto. Enquanto a música fluía, ela voava.
Então uma das duas previsibilidades acontecia, acabava a canção ou o caminho.
E aí ela descia leve, o sentimento indo embora junto aos últimos acordes de sua solidão.