BALAS DE COCO

Naquela manhã ensolarada, o dono da mercearia limpava o balcão, quando duas crianças disseram:

“Queremos cinco saquinhos com balas de coco.”

“Aqui estão, um e dez cada... dá cinco e cinquenta.”

Eles pagaram e saíram.

“Obrigado, moço!”

“De nada!”

Minutos depois entrou uma senhora bem idosa.

“Bom dia, senhora, o que deseja?”

“Meu filho, eu quero três saquinhos com balas de coco.”

“Aqui estão, três e trinta.”

Ela pagou e saiu

“Obrigado, senhora, e volte sempre!”

Lá por volta do meio-dia entrou na mercearia um homem negro alto e forte.

“Eu quero cinco saquinhos com balas de coco.”

“Aqui estão, meu amigo, cinco e cinquenta.”

Ele pagou e saiu.

“Obrigado!”

“De nada!”

Depois, chegou à mercearia uma mulher com uma criança no colo.

“Eu quero quatro saquinhos com balas de coco.”

“Aqui estão, quatro e quarenta.”

A mulher pagou e saiu.

Horas depois, entrou um homem mudo. Este, apontou para os saquinhos com balas de coco e levou dez deles. Minutos mais tarde, entrou na mercearia uma garota bonita.

“Moço, eu quero cinco saquinhos com balas de coco.”

“Aqui estão, cinco e cinquenta.”

Ela pagou e saiu.

“Hoje eu praticamente só vendi bala de coco!” Murmurou o vendedor.

No dia seguinte, voltaram à mercearia, nesta ordem e em horários diferentes, a senhora idosa, a mulher com a criança no colo, o homem negro e forte, as duas crianças, a garota bonita e o homem mudo. Todos compraram muitos saquinhos com balas de coco. No outro dia, retornaram à mercearia nesta ordem e em horários diferentes, as duas crianças, o homem negro e forte, a mulher com a criança no colo, a garota bonita, o homem mudo e a idosa. Todos compraram vários saquinhos com balas de coco e o dono do estabelecimento começou a ficar intrigado com aquilo. No final do dia, apareceu um homem de bicicleta, este comprou três caixas com saquinhos de balas de coco.

“Se eu vendesse somente balas de coco, ficaria rico em poucos dias!” Murmurava o dono da mercearia, a todo momento.

No dia subsequente, apareceram na mercearia, nesta ordem e em horários distintos, o homem negro e forte, a senhora idosa, as duas crianças, a garota bonita, o homem mudo e a mulher com a criança no colo. Eles compraram vários saquinhos com balas de coco, como de costume. O dono do estabelecimento perguntou àquela última o motivo de todo mundo comprar balas de coco. Ela respondeu:

“Nossa! Você não sabe? É o seguinte... Ai, moço, eu não posso contar!”

“Por que não?”

“Porque... porque... eu preciso ir embora, tchau!”

E continuou a venda de balas de coco, a cada dia apareciam pessoas diferentes. O dono da mercearia perguntava para todos o motivo do alto consumo daquele produto, mas ninguém revelava absolutamente nada. Ele acabou ficando irritado.

“Não é possível! Por que será que não querem falar nada? O que está acontecendo? Por que eu não posso saber?” Como ninguém iria dizer nada a respeito das balas, o dono do estabelecimento resolveu pressionar o primeiro cliente que entrasse na mercearia. Minutos depois, parou um carro na porta do estabelecimento e desceu do veículo um homem engravatado. Vendo que ele iria entrar na mercearia, o dono colocou vários saquinhos com balas de coco em cima do balcão.

“Boa tarde, eu...”

“Aqui estão as balas de coco e escute uma coisa: você só sai daqui quando me contar o motivo de as pessoas comprarem balas todo dia e a toda hora, e não adianta tentar me enrolar!”

O homem engravatado disse:

“Eu não vim comprar balas de coco, vim pedir uma informação e não faço nenhuma ideia do que você está falando, mas umas balas de coco caem muito bem a essa hora... quero cinco saquinhos, por favor!”

Alveres
Enviado por Alveres em 04/09/2015
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