A MANHÃ MULTIPLICADA
Difícil aquela manhã que se multiplicava e celebrava uma
ausência. Por um instante, divagava. O poder do amor. As
promessas do próximo fim de semana. O destino. A fé. O fu-
turo. O futuro?
"O futuro está morto na esquina
Nada de gestos
Nada de sons
Nada de palavras
Nada de imagens
Nada que instrua
Nada que edifique
A esperança, antiga palavra de ordem,
Está morta nas manchetes dos jornais
A vida segue plantando
A mesma necessidade
No campo e na cidade
E um simples slogan nada resolve
Droga!"
A vida se desenrolava e ele percebeu que ainda faltava
muitas respostas. Levantou-se do chão e olhou a paisagem
da rua, de onde esperava todas as respostas que faltavam.