SUPERAÇÃO
    Acabara de encerrar seu ultimo dia de trabalho antes das merecidas férias, já estava disposta a descansar e viajar para espairecer um pouco, afinal, viajar era um de seus hobbies. Já havia preparado tudo, malas passagens e seus filhos, Guilherme com 4 anos e Gustavo com 6, esperavam ansiosos para encontrar sua avó paterna que morava em outro estado.
   A viagem seria breve, apenas para descansar um pouco e para fazer a alegria dos filhos, já que eles estavam superando a perda do pai. Enquanto o ônibus partia sua mente desacelerava e seu corpo começava a sentir um relaxamento que há muito tempo não sentia, os filhos, alegres pensavam apenas na mais nova aventura na casa da vó.
   Quando enfim chegaram já começaram a conversar, sorrir e abraçar aquela doce senhora, enquanto Íris admirava a alegria das crianças uma lagrima brotava de seus olhos. Foram dias divertidos e sua ex-sogra fazia o possível para trata-los bem, já que havia perdido seu filho, restavam e então seus netos.
  A despedida foi feita com um aperto em seu peito e um nó em sua garganta, podia ver e sentir a tristeza dos filhos. Embarcaram no ônibus e se aconchegaram nas poltronas que ficavam exatamente ao meio daquele extenso ônibus, ao seu lado um casal jovem com um bebe de 6 meses, pode perceber que as pessoas naquele ônibus pareciam alegres.
  Já era madrugada, chovia, e o sono estava distante, tomou um remédio para tentar apenas dormir um pouco, quando de repente escuta um estouro, e em um milésimo de segundos, o ônibus vira, o acidente que marcaria sua vida acontece.  
  Quando acorda percebe que seu corpo esta em baixo do ônibus, ouvia gritos, choros e lamentações, percebe então naquele exato momento que não via seus filhos, o desespero tomou conta de seu ser e pensava apenas que não poderia viver sem eles, começou a clamar e a pedir pra Deus pelos seus filhos, angustiada e chorando queria apenas eles ao seu lado.
  Enquanto se entregava ao desespero, escuta uma voz ao longe, “Olá, olá”, era Gustavo, a esperança voltara em seu coração. Naquela hora tirou forças divinas para se levantar e juntos irem a procura de Guilherme, no meio da escuridão, e ao som de gritos o encontraram são e salvo, apenas agradecia a Deus por tamanho livramento. Quando enfim viu seus filhos protegidos e aguardando o socorro chegar, se entregou a dor e pensou: “Agora, Senhor pode me levar”, e suas vistas escureceram.
  Acordou no hospital, clavícula quebrada, ossos quebrados em varias partes do corpo, foram dias difíceis de superação e de luta pela sobrevivência, precisava viver, cuidar de seus filhos e seguir sua vida, fazer aquilo que ainda  não tinha feito.
   Essa historia aconteceu com uma pessoa que eu admiro pela garra e força de viver, que não se entrega à derrota, com sede de vitória, que batalha pelo que acredita e agradece a Deus todos os dias pela segunda chance de vida, em seu corpo leva cicatrizes, apenas para lembrar o quanto superou e o que passou, e continua de pé, com mais sede de vida, amando mais e vivendo cada segundo de sua vida intensamente.  
    Uma pequena e singela homenagem á você minha amiga querida Iris.

Rhayna Leonardi

 
Rhayna Leonardi
Enviado por Rhayna Leonardi em 02/04/2016
Reeditado em 02/04/2016
Código do texto: T5592707
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