AO PÉ-DA-LETRA II

Há alguns anos escrevi uma história a respeito do Lucas (meu filho mais velho) na qual ele aos cinco anos, época em que cursava o pré-escolar, chegou em casa e alertou a sua mãe de que quando aparecessem em nossa casa alguma barata, rato ou pernilongo, seria ela quem deveria matá-los, pois havia aprendido na escola que esses eram animais prejudiciais ao homem.

Pois bem, no sábado dia 08/12/2007, foi a vez do Samuel que também, embora de forma reflexa, resolveu exibir seu conhecimento escolar, qual seja a habilidade da leitura, e dando azo à história que passo a relatar.

Nessa ocasião saímos para satisfazer os "impulsos de glutão" e após consideramos as possibilidades mais óbvias, pizza, cachorro-quente, etc., optamos por comer um “chawarma” em uma lanchonete de comida árabe localizada na avenida Brasil, próxima à casa dos Bueno Rossi.

Lá chegando, devidamente acomodados em confortáveis mesas de plástico deixadas a esmo pela calçada em frente à lanchonete as e que, diga-se de passagem, deviam incomodar bastante àqueles que por direito natural queiram fazer uso da calçada, os pedestres; fizemos nossos pedidos: chawarma e suco de clorofila para mim e para a Angela, algo parecido para o Lucas, mudando apenas o sabor do suco e esfirras abertas com refrigerante para o Samuel.

Satisfeitos, mais com a comida que com o atendimento, pois o Samuel precisou várias vezes se levantar para cobrar o seu pedido até que por fim foi atendido; todos devidamente saciados, já nos preparávamos para sair quando o Samuel disse que ia ao banheiro.

Aguardamos alguns minutos e ele voltou, visivelmente contrariado; então lhe perguntei:

- tudo bem filho, já foi ao banheiro?

- É fui, mas não deu muito certo, aquele povo não deixa a gente usar o banheiro!

- Ora por que, o que aconteceu?

- Não deixam a gente entrar.

- Então vou lá com você, vamos!

Lá chegando, recebi essa pérola, apontando para a porta do banheiro me mostrou a razão de sua indignação:

- Olha o banheiro masculino ali pai, veja o que está escrito: BANHEIRO, MANTENHA A PORTA FECHADA!