Eu vi São José...

Assistindo a um programa de TV chamado "Viver com Fé", no canal GNT, com a Cissa Guimarães, no qual seu entrevistado era o glorioso Miguel Falabella, me surpreendi e me emocionei com um acontecimento real em sua vida. Contava ele que, ao sair de uma gravação na TV, um ator seu amigo lhe disse: Miguel hoje é dia de São José, e às vezes, ele aparece para alguém de alma bondosa... Miguel sorriu e foi em direção ao carro estacionado a uma quadra dali.

Já chegando perto do carro se deparou com um homem caminhando em sua direção apoiado em um pedaço de pau feito um cajado ele mais que depressa entrou no carro e saiu em disparada para não ouvir pedidos de esmola... Uma quadra depois ele pensou: "acho que era o São José" Então ele deu a volta e não encontrou mais o homem, mas ele não desistiu e ficou rodando no quarteirão até encontrá-lo. O homem pedia realmente uma ajuda muito especial, ele estava com a perna quebrada e queria uma alma generosa para salvá-lo. Miguel então levou o mendigo a um pronto socorro para ser atendido e pensou: Vi nele a figura do São José.

Ouvindo esta história, lembrei que há alguns anos atrás buscava minha filha caçula na escola aqui na cidade de São Paulo, e naquele dia em especial levei para ela um pastel, ou melhor, dois pastéis de feira que ela adorava e um refrigerante, pois eu iria fazer umas compras e ela precisava comer um lanche, pois eu ia demorar. Próximo à escola me deparei com um mendigo com um olhar muito triste e cabisbaixo, então não tive dúvidas: peguei os pastéis e o refrigerante e dei ao homem dizendo:

- Está bem quentinho, pode comer.

Meu coração disparou quando ele esbravejou um monte de palavrões e atirou tudo em mim dizendo que não havia pedido nada... Saí dali tão triste e assustada que não conseguia entender o porquê. Talvez ele tenha problemas mentais, pensei... Mas eles aceitam sempre comida ou bebida, mesmo quando tem retardos ou esquizofrenia...

Nunca esqueci, mas não deixei de dar lanches ou refeição a mendigos quando os vejo na rua e estou andando a pé, paro e compro o que achar no local próximo e levo até eles. Depois deste dia, já fiz isso dezenas de vezes e recebi de todos um obrigado ou apenas um sorriso... Adoro carregar pacotes de bolachas ou saquinhos com balas chicletes e pirulitos e dar nos faróis para as crianças quando chegam no carro... as expressões de alegrias são as mais variadas possíveis, mas a minha alegria interior é igual ou maior todas as vezes que vejo aqueles sorrisos...

Walquiria
Enviado por Walquiria em 29/09/2016
Reeditado em 07/12/2016
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