Mero engano

Já à imensa porta do banco onde Cecília fora pagar algumas contas do escritório, dois imensos braços sedutores e afáveis vieram em sua direção.

Tudo isso acompanhado de um simpático rosto grisalho emoldurado por um par de olhos sinceros e sorridentes.

Surpresa e constrangida, Cecília ainda ouviu:

- Heleninha, quando você chegou de Ribeirão? Por que não me avisou, que eu iria buscá-la?

Meio encabulada com o delicioso abraço, Cecília tentou justificar-se:

- Desculpe-me, mas sou Cecília, deve haver um engano.

O belo senhor meio constrangido, incrédulo e decepcionado, puxou do bolso uma foto onde estava abraçado com uma jovem.

E foi um choque para Cecília que comprovou que era ela a jovem da foto, com outras vestes em outra ocasião.

E entre um: - "Impossível,...você deve ser irmã gêmea da Heleninha...".

Cecília cogitou que, aquela sim era uma semana inusitada e estranha; pois fora confundida por duas vezes, por diversos lojistas da Vinte e Cinco de Março, com uma famosa atriz de novela e entre cochichos dos empregados sentiu-se uma vilã ao negar ser a tal pessoa. Eles, simplesmente, acreditavam que ela estava disfarçada para não chamar a atenção dos fãs e por isso não admitia a verdade.

Assim, essa sensação de sentir-se outra pessoa mexia com ela.

Só que desta vez, naquele instante, ela realmente queria ser a tão amada Helena.

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 25/10/2016
Reeditado em 26/10/2016
Código do texto: T5803283
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