Café de todas as manhãs

Daqui do quarto já consigo sentir o cheiro forte e consistente do café.

Grito para a mamãe que se encontra na cozinha a fim de saber se o café finalmente está pronto.

- Está quase lá meu filho, ela responde.

Daqui do quarto consigo sentir, através daquele delicioso cheiro; que o café, noivo da água quente, se casou. E o amor se manifestou pelo coador.

Daqui do quarto pude escutar a mamãe enroscar a tampa da garrafa.

O banquete estava sobre a mesa: café, pão e manteiga.

Que maravilhoso banquete! Eu elogiava. Só faltou um cigarro! Eu resmungava. Mas fazia de propósito, já que, mamãe não deixava entrar fumos e bebidas alcoólicas em casa.

Após o resmungo, mamãe me fitou aquele olhar. Aquele olhar que só os fumantes sabem.

Todavia, eu gostava de irritar.

Sobre a mesa, de frente à mamãe comentei:

Mais um dia se faz nascer, depois de uma noite de morte. Mais um dia para poder fazer diferente, fazer melhor do que era ontem.

Mamãe, sempre concordava.

- É... dizia ela.

Depois do gole de café, mamãe foi para o banho e eu fui colocar o uniforme, assim como ela o fez após o banho.

Abri a porta.

- Pode passar mamãe, eu disse.

- Obrigada filho, ela respondeu.

Ao trancar a porta ainda persistia o perfume do que foi o café. Uma lembrança inesquecível. Permanecia parado ali a cheirar.

- Vamos, estamos atrasados apressava mamãe.

Fechei a porta rapidamente. Eu e mamãe fomos trabalhar.

Thiago Salvador
Enviado por Thiago Salvador em 20/12/2016
Código do texto: T5858869
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.