Não a conheço mais

Eramos assim,

Unha e carne,

A tampa e a panela,

O pão e a manteiga,

Unidas e inseparáveis,

Fiéis e companheiras,

Leais, tão amigas, que viramos

irmãs.

Sabe aquele tipo de amizade que se tem,

a qual você sente que nada de ruim vai te acontecer,

pois está protegida, cuidada?

Um sentimento de ter alguém com quem sempre poderá

contar, nas tristezas, nas alegrias, em todo momento,

e em qualquer lugar?

Não era apenas um sentimento, era real,

eu e ela.

Era uma amizade tão linda, que fazia inveja,

Quando acontecia algo que a deixava triste,

eu era a primeira pessoa em que ela procurava abrigo e consolo,

e lá estava eu, pronta, totalmente disposta,

a dar meu ombro, pra ela chorar.

E a recíproca era verdadeira,

ela era meu anjinho, sempre resolvia meus imprevistos,

assim como conquistei a confiança dela, ela conquistou a

minha,

nós brincávamos, e brigávamos,

sorriamos e chorávamos.

Costumávamos passar muito tempo juntas,

Pode-se dizer que criamos uma história,

Algo só nosso, que até hoje continua sendo especial.

Mas não sei se ainda a posso chamar de amiga,

pois amigos, não se afastam assim, de uma forma

tão banal...

Não brigamos, não nos decepcionamos,

Apenas cada uma está em seu canto.

Não sei se por orgulho, ou falta de saudade,

mais nada é como antes, nada é igual.

Tenho lembranças desse passado, e choro,

choro sim, por que amigas como você era, não

tem nenhuma pra mim.

De certo modo, tenho alimentado mágoas, pois dentro

de mim, todas as promessas continuam vivas,

tenho a consciência tranquila de que permaneci no

mesmo lugar, digo o nosso lugar,

e quando a vi sumindo, meu coração entrou em conflito,

sinto saudades, e sempre expus isso,

já ela eu não sei,

não a conheço mais.