VOZES, GEMIDOS E GRITOS NAS MADRUGADAS DE CAGULA

VOZES, GEMIDOS E GRITOS DA MADRUGADA DE CAGULA

Não escrevo poemas,mas coleciono vozes, gemidos e gritos nas madrugadas;

SILÊNCIO DA PALAVRA

No lago do seu coração Mariana pescava no silêncio de suas palavras, uma lágrima e um adeus. Não possuía quase nada, a não ser o escalpo da dispersão. Alem do tédio uma vontade de dormir, mas a partida lhe esperava. No intimo sonhava e ouvia na distancia uma melodia. Num rodopio vislumbrou Salomé a estatua no centro da praça em sua apoteose gritando;

“Buscai a paz povo de Cagula, mesmo q estranhos clarões invadam sua terra, que toquem sinos de papéis, que o esgafandista fira os golfinhos, que o dragão surja do mar, que o celular descarregue, que a guerrilha n acabe, q os delatores saíam livres, que os pombos morram de fome n Praça, q o pai ensine o filho se explodir, q não haja marquises nas ruas, q os corpos de crianças jazem no asfalto, q um playboy more em uma casa branca, que um vampiro chame o soldado, q um Príncipe manche as vestes do rei de lama, q as urnas estejam parafusadas, q os gases nas ruas o faça chorar, q os canhões invadam a comunidade, q os poderes vomitem bichos, q pisarem suas orquídeas, que sua voz esteja fraca gritai em seu coração, pois se mata uma abelha, matou uma flor. Se mata um Beija flor, matou um jardim. se mata uma floresta, matou a humanidade”.

CAMPOS DE AREIA

Sobre a noite a morte voava, um vôo rasante. o rasante matou uns homens, e tais homens tinham medo dos ratos branco que saiam dos bueiros. o branco dos ratos tingiram se de vermelho, o vermelho era a cor da morte. tinha um castelo no bairro de Smallville, na corte dos antigos Villares. uns barracos de pau a pique aonde moravam alguns macondos da corte dos mocambos. os lindos campos de terra dos mocambos agora se tornaram de areia. a areia da praia do Castelo eram vermelhas. Vermelhas eram as vestes de Mariana filha do velho prefeito de Cagula Mocaias. Por que ele vôo como um ponto na loucura dos poetas de seu tempo. cismou em fraudar a coragem dos mocambos bem quanto há de ser igual como a um ourives. homem feito de ouro vivia da arte de fazer mascaras. estava longe de os tempos se encurtarem ao seu redor. longe as sepulturas de seus antepassados aonde celebravam os verdes campos do norte que corriam como notas harmônicas nos tambores que vieram de Angola. nas baladas das marchas fúnebres as flores murchavam. elevaram se todos ao topo e também hoje estariam até mais sereno, mas que se danem cedo será e entre os seixos da noite os saltos ao de se elevarem e dançavam sobre as águas da cachoeira. Das extensas florestas e as variantes ao de vir.

“por favor sejam puros dando as cores para admirar. usurparam os raios do sol em homenagens as divindades. eta quando enumeramos os cestos da impiedade passaremos ser luz frívolas e de nada vamos encenar. lhe chamei também, se todos estão tonto entre o metal rígido e a elite das enchentes gritantes. seus espinhos eretos e temíveis excrementos nos berços dos hereges. aqui, eternas natas de sexos laminados em tachos de cobre. neural, alegres rupestres em estilos de sopros nos templos, desculpe. sátiro sob o trinco a síndrome selvagem urra como tróia. Seixal, tons de cinzas dos segundos e as curvas dos tempos universais. esta aqui a flauta que por estresse nos consomem. somos homens. O osso, é a raiz da carne, a carne é o o fruto do osso. A terra é o Jardim da mulher, a mulher é a flor da terra. o céu é o lenço da Estrela, a estrela é a inspiração do sol o sol é a luz do mundo e o mundo é o segredo de Deus”.;Gritava Mocaias.

No jardim das aflições a felicidade fazia contrato, na cidade o sentimento do povo. na Primavera as palavras se tornaram sombras sob a amendoeira. Com seu corpo lindo Mariana caminhava por uma estrada sobrenatural a sombra do enigmático dia. o caos de alguns versos bailavam como o sol de cor vermelha. na forma de nada o paraíso da vida de um certo alguém. são pequenos versos de um limão Verde. a maldição das flores junto aos miseráveis pensadores da esquerda e a origem de tudo.A música de um deus negro, filho do fogo em sua essência via os homens que caminhavam rumo ao mosteiro montados em uma bola de luz. duas mãos de ferro olhavam Mocaias descer a ladeira da inocência, pois no jogo do submundo os espinhos chamavam as estrelas.

Cagula era uma cidadezinha perto de Colapso, povoado pequeno aonde moravam duas dúzias de quilombolas que lutava para manter sua cultura contra os poderosos. aonde deuses de estanho, dançaram nos vales. nas montanhas os bois trafegavam como nuvens no céu. uma parte deles contemplavam o sol, somente o sol com seus eternos mugidos. e nos confins dos penhascos de Colapso, os ecos dos gritos dos meninos que perderam seus espíritos que vagavam entre os rochedos. ágil vagavam no silencioso vale. a águia solapava a pomba do galho seco que gemia sob suas garras, chamando por socorro, ela chorava....

AO SOL

As canções da inocência ecoavam por trás dos muros de Cagula. os carneiros e os porcos corriam livrimente entre os homens que limpavam as chaminés cantavam cantigas alegres. Cagula estava em festa. Mocaias estava perdido ia ao encontro sorridente da noite na primavera e sua alegria infantil seguia o sonho. a mágoa em resposta da terra, não a mágoa. Mariana meio triste girava em torno do fogo. um grilo, pequeno vagabundo a olhava como a essência de tudo. a árvore cheia de brotos exalava seu perfume.

“Há um urubu morto na Beira da estrada. a areia amontoa sobre seu corpo cheio de bichos brancos. seus irmãos choram seus primos da família abutres sentados nos galhos da velha gameleira contavam piadas sobre morte. Uru teve um mal súbito, quando fez a curva no vento litoral, perdeu o controle das asas batendo de frente no topo da velha gameleira. seus irmãos vieram p socorre lo, mas já era tarde, Uru teve morte instantânea, estava acima da velocidade. esta ali agora no areal com o bico aberto e isso já fazia três dias q seus irmãos choravam sua morte e seus primos contam piadas. O banquete será de quem, chorasse o mais tempo possível e quem contasse a mais fina piada. Há um urubu morto na Beira da estrada”; dizia Mariana para o grilo;

O FERREIRO

O velho Mocaias teimava em não envelhecer, batia como um tigre abate sua presa o seu martelo na bigorna o aço do seu punhal que tomava forma. Na fornalha a chama gemia sobre os pelos do peito negro curtido do tempo. Sua flor Mariana fazia aniversario, a esperança da saudade chorava no fogo.

“não se espera água da fonte Já a rosa não florescia nas ruas do inferno”. Dizia Mocaias para o fogo;

O velho Mocaias com seus olhos verdes olhava os ciganos nus caminharem pela cidade. Cantavam uma antiga canção, sabiam de tudo. em suas ruas de argila, Cagula dormia na Ilusão que invocava a tristeza nas sombras de suas arvores os resignados ciganos espiavam o desengano nas queixas dos poetas bêbados que enojavam suplícios d”alma atômica de seus corpos radioativos.

“ O beijo falou ao coração;

“Venenoso”.O coração respondeu lhe;“mortal” O beijo retrucou; ‘Devastador” O coração sorriu e disse;‘Suspeito’. O beijo gritou lhe; “mas essa é minha missão O coração em lagrimas soluçou; “E implacável eu sei”. um riu para o outro viajaram para o universo da bigorna”; Cantava um deles

A CARNE INEPTA

No avesso do tempo Mocaias em uma overdose de vida, punha a flamejante palavra que diz não. A censura e a solidão, conseqüências da procura de algo. os poetas da imagem não eram apenas pessoas. Dia após dia os ciganos seguiam os rumos os planos e uma picada de espinhos que cruzava a estrada. um muro abria a linha do tempo de um outro muro que fazia seu Armagedom uma bandeira posto a prova. Nas ruas de pedra sabão, seguiam caminhos opostos e as Psicoses do fim fazia um passado vivo das indagações do ser temporal das considerações daquilo que errou do marketing bíblico. As derrotas e as fomes, a luz da vida que se apaga, a absolvições das crises, a insensatez do contrato social, o caos político em teses de tolerância e do bom viver nos flamencos. A carnalidade dos cânticos na arte do intelecto, pois eram seres humanos de uma conquista qualquer , Pois o obvio saberia os mistérios da mente sadia. É tempo de ser porta é tempo de ser poeta do fogo e a dança das canoas que ainda bailam nos espelhos dos lagos e vejam que a queda dos domínios que fluem na calada da noite. eram extraterrestres do perfeito e imperfeito nos caminhos que achavam serem certos, mas a apenas uma duvida; eram a ferida aberta na carne dos pais? O que é o que é os caminhos, apenas uma plástica de um bom dia da esperança, então viva a vida, pois ela é confiança do corpo e d”alma pois a loucura da morte são lapsos dos desejos e os preceitos dos prefácios da vida. A queda é um dialogo franco da beleza interior, pois eram uma geração velha preso em um céu azul, pois o pecado de não pecar estavam nos campos de lavanda. As jóias de bijuterias isso tudo era apenas uma cidade isso era Cagula.

FLAMEJANTE

No fogo da noite uma mão terrível tocava agora o abismo é o céus sem olhos. Versos na carne em seus versos não haviam versos, apenas vermes. quatro dias isolado em seu sítio pos se a pensar;

"qual o sentido da vida? A vida era indiferente como uma dose de água conhaque. sua vida não pegava fogo como outras vidas, uma vida morna com o coração no forno. Ouviu os pássaros cantando sobre o arvoredo não sabia cantar como eles, fazia as vezes uma oração de delírio. deste que nasceu foi sempre assim, um certo pensar, um certo sofrer, sem porquê. sem querer saber ouvi;

"eu vou eu volto",mas no fundo não havia fundo naquele poço. fazia tempo que olhava. Com seus olhos Mocaias, não via o olhar explícito cheio de desejos de encher lhe de beijos e de se tornar um só espírito. Ah se tivesse o poder de entrar por aquela porta; pesava ele.

SER APENAS

Calmo, mais que sereno, mais que tranqüilo, mais que calmo, mais que tranqüilo, mais que sereno, mais que sábio, mais que entendido, mais que feliz,mais muito mais, apenas ser. O abutre via o corpo de um cão que caído perto da janela. os senhores que se banhavam no riacho ali perto, falando do medo que habitava a cidade e a pele de um cisne branco e negro torrava ao sol. Macaias, caçador do zodíaco traçava seus truques para um gigantesco final no o paraíso perdido neste mundo cão que mostrava suas duas faces. a pequena população de Cagula com seu código de conduta se tornava a fiel traidora de si mesmo. Mocaias com seu olhar de infidelidade causava um efeito colateral nas memórias dos desaparecidos, no boi abatido e o mensageiro de sangue frio que vai além da vida e de olhos no destino fazia sua passagem. ouvia na noite com suas duas faces, pois todos eram bodes expiatórios dos seus poderes ocultos, que inevitavelmente faziam seus rituais na casa da frente aonde revelavam os mistérios das virgens filhas do oleiro João, chamado de profeta que exorcizava o rio de águas amargas que passa rente ao muro da cidade. as horas da sede e a carta das leis despertava visões do passado e o pior dos pecados era o não fazer parte do jogo. a paranóia de um anu branco que pousava sobre o pelo do lobo guará refletia a sombra do medo no luar. era a conspiração dos homens do declive. a beleza da sua loucura tornava cúmplice dos seus segredos.

“assim na terra como no céu há uma grande ilusão. a água suja, a parede sem sombras, o olho no olho, os bêbados desconhecidos, os últimos capítulos do pecado original”. o dia em que as faces da verdade foi infectado pelo silêncio de tais palavras e o sangue do seu sangue estava preso na cela letal, pois o silêncio é refém da noite que mudo aportava na praia dos afogados”.

Na cidade, a tarde caia. Mocaias com sua ira acorrentada pesava no próximo poder ser o futuro com sua dupla identidade. no espelho aonde morava o medo da velhice.

“ é meio dia e todos estão acorrentados com suas mãos sujas de sangue.irmãos de sangue, que sangram nossos espíritos famintos fazem pactos com o passado. o inquilino da verdade imita seu locatário pois encurralados somos traídos pelo presente nesta busca alucinante pelo picadeiro do circo da vida. sem rumo somos marcados a ferro e fogo pela marca do medo repletos de segredos sombrios num paraíso qualquer.”

o anonimato da escuridão é o mistério dos laços afetivos e as imagens são enviadas além das cachoeiras. as alucinações anoiteciam a procura do escolhido e misterioso caminho das paixões que o torturava silenciosamente dentro da fornalha. no segredo das confissões existia um grito de pavor que e

ntre as sombras das árvores. Mocaias ia por caminhos opostos dormindo consigo mesmo. os espíritos de seus antepassados estavam em cada esquina da noite jogando búzios fazendo mandigas. eram sete copas que no segredo dos seus olhos revelavam seus sonhos.

“sete dias ao luar uma magia apenas, olha quem chegou, o ferrero da madrugada!” dizia seu bisavó Matatias com um cachimbo no canto dos lábios descascados.

na Estrada pela última vez dois deles bebendo no canto, estavam em fuga. eram infratores, amigos do medo que ficaram presos na ilha grande. “

“de volta ao fogo, somos suspeitos de um abraço;: falava um deles.

“a tese da trapaça e o poder do último golpe”; respondia o outro.

O sol brilhava sobre as grades e não haviam horas de fugas, era o sangue nos olhos de um ninja negro tupiniquim. a fúria sem dor e a piedade quebravam o silêncio que na condição de um álibi perfeito era nula. a procura também esperava no Castelo de pedra sem cimento, pois O único lugar em que seu sangue se misturava era no estômagos dos pernilongos que voavam pela madruga.

“vi um gato brincando com o Ocula quando Úcia virou uma robô, a fonte pingando gotas de vida, sobre a pele as bruxas se transformando em ninjas, os imortais a procurá de esperança, um orixá pagando uma precatório, o preço do amanhã sendo cobrado hoje, a pele de um ET em um Cordeiro, o anjo Gabriel no apocalipse, a mosca voando pelas ruas da Perdição, o rio se perdendo no mar tudo isso era um conto da congada”.

Cagula estava sitiada pelas vozes das estrelas distantes. os guardiões da noite combatiam os paradoxais. ao anoitecer o vento soprava os segredos sombrios. no Centro da cidade os últimos guardiões e o pregador caminhava na linha do tempo.

PSICOSES

Nos versos de um crime uma jovem tresloucada, em queda livre ia a Beira do abismo. São quatro luas no teto de um bar. talvez as conheçam de saltos altos. Nas quedas d água, flores no mundo aquático, nas matas, na lareira quente, na encruzilhada e no deserto dos sinos das igrejas coloniais, na prova de fogo de um deus moribundo, no segredo de caminhar, na arca dos escravos, na vida continua dos caciques tupã, os idênticos se encontravam na ultima ceia na senzala que para sempre viviam uma paixão dos anjos travessos da mata, na lua que reinava no paraíso dos orixás, na noite de anarquia de saci, o pânico no mistério do chamado, na maldade dos meninos maus, o rastro de sangue na casa do espantalho, no renascimento do inverno, nas premonições do despertar das sombras da noite e seu o medo na faceta da madrugada vingativa.

A onça cruzava o caminho como uma gladiadora, o tamanduá com seu passo malandro seguia em fúria segue até o fim do barranco, a insana legião de anjos caidos cruzavam seu caminho.

“senhores da guerra em apuros num jogo de trapaças”

Macaias tinha lido o livro proibido no santuário do caraça aonde um impacto profundo causava o contágio da sua Alma. naquele lugar solitário homens da ira seguiam montados no pelo de seus cavalos sem rédeas na fusão perigosa e um par de aves pré históricas viam o futuro sem redenção nos rastros da maldade dos demônios soltos na mata. a lenda dos homens macacos que viraram papiros que viviam nas chamas da guerra pela liberdade e que fulminaram os capitães do mato.no último desafio Macaias viu o Império que regia a forca dos cantadores das lavouras e sem perdão os cavaleiros que estavam de retorno do quilombo num alerta na escuridão saldavam seu povo. a armadilha estava armada e além do alvo sete copas olhou a noite, tinham o controle absoluto sobre a operação. o sentinela de torço nu espreitava por cima do muro era a nona hora e os últimos guardiões de turbantes brancos e colares nos pescoços trocavam seus turnos sobre a cachoeira. as lembranças da ultima tempestade, os erros e os acertos dos homens comuns e a rapina cruia no alto de uma das torres da igreja dos pretos.

“os bravos também choram entre o fogo e o gelo e o relâmpago cruza alucinadamente a esplanada numa ultima Batalha e a corneta toca anunciando a queda dos reis. sem limites a noite faz um acordo”. Dizia sete copas para escuridão.

“Pra que falar de trevas se o brilho das estrelas canta em cada canto do céu? Pra que ficar triste se o sorriso é a síntese da alegria? Pra que chorar o passado se o futuro escancara uma longa porta em nossa frente?Pra que morrer se a vida é o dom que todos possuímos? Pra que ficar lamentando se todos os dias o sol nos sorri com um novo amanhecer? pra que insistir com os praques se a certeza é dúbia”; respondia Macaias.

O universo era um mistério!!! verdade Perfeita e perfeita. Uma bela perpetuação da espécie. suave semana paz e harmonia. Elevava se sua alma por caminhos perigosos! Caminhos da carne que sangrava e não faltavam catres, celas sem café na canequinha O que é o que é o que era melhor aperfeiçoá-lo, se do bem fosse era Inevitável.

“Aplausos a Loucura da morte loucura da morte muito menos somos novos preceitos perfeitamente real. Belíssimo Céu azul Verdade "verdadeira"!!! Fugas inúteis soluções Pensamentos profundos para ler e refletir. Suave domingo com muita audacia! Tirando onda na explanação bela e a Vertente no sorriso alegre e sincero que caia”; Reiterava Macaias a beira do antigo barranco de Sinha Tereza.

TEMPORAL

Fazia sentido o tempo ser temporal. tempo p responder, para apagar, para bloquear a resposta e apagar e Bloquear o mutável Carabineiro. na noite ele gemia e respondia.;

“o tempo é ponte que responde, apaga e bloqueia o meu eu”

As canoas bailavam sobre as águas do cais a frente de Cagula. As mulheres sorriam entre si como as moças de Di. A fantasia e a utopia acabaram.

“O homem tem de ter cal, pedra, areia, ferro e cimento. O mundo não é feito de utopias, mas de concreto de barro vermelho seco, pilares, cintas e vigas.”

Não queria que sua ideologia fosse comercial, queria á marginal, sangrando cada coração, quebrando cada osso do seu corpo, retorcendo cada centímetro de veia, entortando cada nervo, ótico ou muscular. Não queria sua ideologia de um monte qualquer, ou cheia de morais, carregada de Bandeira, e outras frescuras modernas. Queria sua ideologia cortando a fundo a jugular, gritando ao anjos o seu EU, porque sua ideologia era pomba, mas também rapina, era miúda, nua em pelo, sem corpo, não menos alma de pedra sabão. Farpas nua da essência, farpas que choravam. farpas de cupim na lua. fazia dentes e permeava o lago, flertava com o sacramento. Normas do medo, loucura nos venenos que andavam por ali.

Seus olhos o encaravam, não sabia ver um relâmpago no céu, um escuro aonde entrava, e ninguém via.

“O homem veio nu sem aquarela e um lobo como companhia um poeta mergulhado nas águas de Chico”;

Dizia seu bisavo na encruzilhada de das ruas direita c esquerda.

As garras das jaguatiricas marcavam os troncos dos aboes na mata e entre dois mundos coisas estranhas e sombrias aconteciam. Deitada no tapete vermelho a dama das águas o contemplava. Com seu oficio de amar. a dama e caçadora da noite, mandava lhe beijos. Macaias dizia;

“ somos homens e animais selvagens.”

Trato feito um cachorro que ladrava na esquina e um mulato com uma viola na mão ia atrás cantando a sua melodia;

“Escuro é coisa alguma, mais coisa que largo mais nada que clara. é tudo menos que cheiros, mais de estrume, o betume. na escada um tronco, uma vela, um ramo de erva. Escuro sobre o muro mais um urro sob o murro. Estrela cadentes,tão decadente sobre o casebre absinto, sinto o abismo na alma,ternos pedidos perdidos.Santo Santo... rapinas que voam, voam. Cabeças voam, povo que voa, ninhos que voam,cor da carne, rapinas voam,voam macabramente,voa sobre este o ovo choco, sobre o poema choco, sob amores chocos. Não canta a dor da patativa dentro dos seus bicos canibais. Canta o gemido dos mortos, o grito do boi que padece na praça dois. Rapina poeta,rapina mórbida de corpo choco, punho de ferro, ferramenta que corta a jugular. o ovo”.

Este era um país de poetas mortos, um pais de poemas chocos, que só cantavam amores mortos. Não cantam a dor viva o ovo dentro dos tachos dos canibais. Não cantavam o gemido dos morros ou o grito do pobre que padecia em cada esquina. esta era uma cidade de poetas mortos.