Ninho vazio...

Só entendemos o sofrimento de alguém...

Quando sofremos também...

E hoje eu sinto no peito...

A dor igual o que um dia meu pai e minha sogra sentiram...

A sensação de perda de um filho amado...

No meu caso dois...

Mas diferente do meu Pai e da minha sogra...

Eu agi de forma natural...

Porque entendi... Sofrendo com as atitudes deles...

Que antes do meu querer...

Existe o querer do filho amado...

Por mais que doa...

Por mais que o vazio esteja latente...

Por mais que quiséssemos ver tudo diferente...

Nem sempre temos condições de suprir as necessidades deles...

O que resta entender para não sofrer?

Mais um ciclo se encerra...

Outras possibilidades virão...

Terei mais tempo para cuidar de minha alma mente coração...

Enquanto cuidamos do próximo...

Acabamos deixando nossa vida de lado...

Para viver a vida do ser amado...

Nessa fase devemos nos livrar de nossas frustrações...

Deixando o egoísmo e a agressividade...

Guardados na gaveta...

Amarras... Muletas não levam a gente a lugar algum...

Porque vou prender um ser...

Se a liberdade está tão forte em meu viver?

Não seria justo nem com eles...

E nem mesmo justo comigo...

Brigas viriam...

Haveria afastamentos...

Inglórias ditadas por maus momentos...

Se eu como mãe já sei de tudo isso...

Se já estava preparada...

Sempre consciente que os criamos para o mundo e não para nossos mandos e desmandos...

Porque levar adiante algo que sabemos que não vai acontecer?

Vivenciar situações não tão boas amadurece...

Crescemos com as coisas que nos acontece...

Para sabermos lidar com momentos “ruins”...

Nossa força floresce...

Dos dramas vivenciados outrora...

Melhor assim...

Do que ficar alimentando as lágrimas...

Tendo pena de mim...

E com o tempo entendemos que os monstros criados eram bem maiores do eu os momentos vivenciados.

Fatima Sansone
Enviado por Fatima Sansone em 06/09/2017
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