Maria, a mulatinha que morava na casa ao lado
Saia todo dia para lavar roupa no quintal.
Acho que era empregada do Sargento Bigode
Da antiga Força Pública.
Esfregava, esfregava, rebolava, rebolava,
Depois pendurava a roupa no varal.
Eu embaixo do limoeiro      
Olhava a mulatinha Maria
Achando tudo muito sensual
E fazendo coisas que a gente faz aos quinze anos.
Um dia ela me viu e disse
Que aquilo que eu fazia em baixo do limoeiro
Olhando ela lavar roupa
Era melhor quando se faz a dois
E que fazer sozinho até fazia mal.
Ela era muito atrevida
E sabia fazer muitos arranjos.
Fizemos. E foi a coisa mais louca e gostosa
Que eu já fiz na minha vida.
Ela tinha lábios com sabor de mel.
A mulatinha Maria não era um anjo
Mas foi ela quem me levou para o céu.