Armas matam(?)

SITUAÇÃO I

Dia cinco de abril de 1992. Na iminência de uma guerra civil na Bósnia-Herzegovina, que viria a opor os diferentes povos que habitam o seu seio, centenas de milhares de manifestantes saem às ruas de Sarajevo. Em defesa da tradicional convivência multiétnica entre sérvios, croatas e bosníacos na cidade, a maioria deles se concentra em frente ao Parlamento, palco da escalada política das tensões entre nacionalistas de todos os lados envolvidos. A manifestação, embora concentrasse um número elevado de pessoas, manteve-se pacífica.

Porém, a centenas de metros, do alto das colinas que circundam a cidade, radicais sérvios, interessados na guerra, lançam um ataque de morteiro que explode bem no centro da multidão. O pânico foi geral, e muitos foram vitimados. Estima-se que o número de mortos tenha sido da ordem de setenta pessoas, sendo outros cento e cinquenta feridos.

Entre as vítimas haviam homens, mulheres, crianças e idosos.

As forças policiais que defendiam a cidade nada puderam fazer para deter ou punir este ataque, pois as posições sérvias estavam bem armadas e defendidas.

SITUAÇÃO II

Dia cinco de abril de 1992. Na iminência de uma guerra civil na Bósnia-Herzegovina, que viria a opor os diferentes povos que habitam o seu seio, centenas de milhares de manifestantes saem às ruas de Sarajevo. Em defesa da tradicional convivência multiétnica entre sérvios, croatas e bosníacos na cidade, a maioria deles se concentra em frente ao Parlamento, palco da escalada política das tensões entre nacionalistas de todos os lados envolvidos. A manifestação, embora concentrasse um número elevado de pessoas, manteve-se pacífica.

Porém, a dezenas de metros, do alto do hotel Holiday Inn, radicais sérvios, interessados na guerra, lançam um ataque de fuzis automáticos contra o centro da multidão. O pânico foi geral, e muitos foram vitimados. Estima-se que o número de mortos tenha sido da ordem de seis pessoas, sendo outros quinze feridos.

Entre as vítimas haviam homens, mulheres, crianças e idosos.

As forças policiais que defendiam a cidade evitaram uma tragédia maior invadindo o hotel e buscando os responsáveis. Embora alguns tenham fugido, outros foram detidos.

SITUAÇÃO III

Dia cinco de abril de 1992. Na iminência de uma guerra civil na Bósnia-Herzegovina, que viria a opor os diferentes povos que habitam o seu seio, centenas de milhares de manifestantes saem às ruas de Sarajevo. Em defesa da tradicional convivência multiétnica entre sérvios, croatas e bosníacos na cidade, a maioria deles se concentra em frente ao Parlamento, palco da escalada política das tensões entre nacionalistas de todos os lados envolvidos. A manifestação, embora concentrasse um número elevado de pessoas, manteve-se pacífica.

Porém, no meio do povo, radicais sérvios, interessados na guerra, iniciam uma pancadaria bem no centro da multidão. Embora houvesse susto e corre-corre, não houveram vítimas fatais. Estima-se que o número de feridos tenha sido da ordem de dez pessoas, a maioria deles os próprios sérvios que começaram a briga, logo dominados pelos demais ao redor.

As forças policiais que defendiam a cidade detiveram todos os responsáveis.

MORAL DA HISTÓRIA

Armas não matam pessoas. Armas matam MUITAS pessoas.

Eudes de Pádua Colodino
Enviado por Eudes de Pádua Colodino em 12/03/2018
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