Realidade no delírio

Acordei de sobressalto e com um sorriso amarelo na cara, de quem teve um sonho bom, o que não foi o caso, de fato, para qualquer pessoa normal, um sonho como o que eu tive seria melhor classificado como pesadelo.

Sonhei com o país sucumbindo, uma espécie de guerra civil, que partia do nada e rumava a lugar nenhum, agressões e mortes sem sentido algum, não conhecia nenhum dos mortos e mesmo se os conhecesse, não faria diferença nenhuma, estavam mortos e não fazia sentido nenhum, perante os meus olhos, havia somente caos, um caos que caminhava entre o bobo e o sádico, eu mesmo, não saberia dizer qual diferença. Em meio a aquilo tudo, não contive a minha risada, eu ri de maneira farta e repimpada, quase satisfeito... Enquanto isso, em uma TV dessas que ficam nas vitrines das lojas onde se compra, passava um palhaço num programa vespertino de domingo, minha risada seguiu na mesma linha, nem diminuiu e nem aumentou, apenas ri como nunca antes.

Por fim, entendi que o mundo estava demente e que talvez, o mundo sempre fora demente, já nós por nossa vez, não fizemos mais do que bater palmas para ver um louco dançar. De repente acordei... Eu continuava sorrindo e o mundo continuava o mesmo.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 03/04/2018
Reeditado em 22/09/2020
Código do texto: T6298807
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