Dias de ouvidos em pé
O caminho dos dias comuns segue certa monotonia. Ritmos bastante conhecidos, batidas previsíveis e todas suas reviravoltas, já não tão simples de segurar. Por entre algumas esquinas, relevos mais agudos me dispersam do interior de mim mesmo. São novos tripulantes que revelam-se barulhentos, subindo e descendo sem parar, e agitando toda a rotina de forma inesperada.
Parece desagradável acomodar a mudança. Minha preocupação não é faltar espaço, mas cair no mau humor mordido tão irreverente. Pouco custasse abrir um sorriso ou ceder o lugar, me convenci! Prestei o atrevimento e fui ainda mais longe, cedi também ouvidos à história desconhecida. Até então, sem esperar algo em troca. Ganhei pelo dia e pela noite. Com a esperança renovada por sabedoria mais carinhosa e despretensiosa, que ainda insiste em fugir das arrogantes academias do Brasil. Frequentadas por mentes de brilho, brilho cego e juvenil, seco e debochado.
De longe oferecemos pouco, tão generoso fora este senhor.