MINISSAIA PROIBIDA

Imagina só! Minha mãe me proibiu de usar minissaias, alegando que elas não combinam com minha personalidade. Pode uma coisa dessas? Além de quadrada ela ficou pirada! Foi exatamente isso que eu lhe disse. Ela ficou uma fera e eu também. Detesto quando minha mãe vem me dar lição de moral, dizendo o que eu tenho fazer ou não, dizendo o que eu tenho que vestir ou não... haja paciência! Eu também não suporto aquele controle dela na minha vida, ela ainda acha que sou uma criancinha... pobrezinha! Ainda bem que meu pai não entra na discussão, porque senão a coisa ia ficar muito feia! Eu chamei minha mãe de quadrada e pirada, fui repetindo isso várias vezes e acabei sendo castigada. Resultado: fiquei sem a minha mesada. Depois é que eu fui perceber a burrice que havia feito, se eu tivesse ficado calada, ganharia minha mesada normalmente e compraria a minissaia dos meus sonhos. Eu queria usá-la na festa feita pelos meus amigos do colégio. Eu tinha que comprar aquela saia à vista, no cartão de crédito, de uma, duas, três, cinco prestações... EU QUERIA AQUELA SAIA! Todos os dias eu passava pela vitrine da loja e admirava-a, ela era a minha cara! Eu até sonhava com ela no meu corpinho e arrasando na festa.

Bem, o tempo estava passando e eu tinha que tomar uma atitude, pois além de estar sem mesada, eu ficaria sem a saia e corria o risco de não poder ir à festa. De repente apareceu uma lâmpada na minha cabeça. Peguei o telefone e liguei para a Paty, minha grande amiga. Ela iria ganhar sua mesada naquele dia, então eu aproveitei e pedi para que ela me emprestasse metade da... sabe como é, amigo é pra essas coisas! E prometi a Paty que no mês seguinte eu acertaria tudinho com ela. Finalmente adquiri a saia dos meus sonhos, ai que emoção! Usá-la com um saltinho... Huumm! Ficaria show! Foi fácil, apenas tive que escondê-la de minha mãe, que não gosta que sua linda filhinha use minissaia... fazer o quê? Coisa de mãe, não há o que discutir. Dormi feliz naquela noite e muito agradecida a Paty, ela é um anjo!

No dia da festa eu coloquei uma calça jeans e uma blusa branca que eu gosto muito. Minha mãe a todo momento aprovava meu traje. Só comentou que o decote da blusa era muito grande. Fingi que não ouvi e saí. Mas... e a minha saia? Dias antes eu a levei para a casa da Paty. Assim, eu saí de casa com a calça e em vez de ir direto para a festa, passei na casa da Paty e troquei de roupa. Simples, não é? Gente, se minha mãe me visse usando aquela minissaia... Era até difícil imaginar o que ela poderia fazer comigo. Paty me elogiou quando saí do quarto. A saia ficou perfeita com a blusa branca e o sapato de salto. Me deu vontade de ficar horas me olhando no espelho. Eu digo que aquela roupa me deixou muuuuito sexy! Eu gosto de andar assim, me sinto bem e aliás, ninguém não tem nada a ver com isso, é coisa minha. Paty também ficou linda com aquele vestido! No momento em que cheguei na festa, o Cláudio, o Gui, o Dado e os amigos dele não paravam de me olhar um minuto sequer! Ah, e era muito engraçado quando o Dado suspirava, ele é tão bonitinho! Mas quem eu queria ainda não havia chegado na festa... Ai, meu coraçãozinho batia forte! Eu tinha certeza que naquela noite iria rolar algo entre mim e ele. Celina também era muito a fim dele, mas ele já era meu, eu podia crer com convicção. As pessoas foram chegando e tive uma surpresa quando Celina entrou no clube. Eu não sei o que senti naquela hora, se foi raiva ou vergonha. Celina estava com uma saia idêntica a minha. Inacreditável! Paty colocou a mão no rosto e começou a rir. As pessoas olhavam para mim e para Celina quando percebiam o detalhezinho semelhante. De tanta raiva eu quis ir embora, mas não podia. E aquela antipática não parava de me olhar, com raiva também. Mas eu levava vantagem em alguns aspectos: eu tinha mais peito, mais bumbum e minhas pernas eram muito mais bonitas do que a dela. Tá pensando o quê? A morena aqui não faz feio não!!! O produto é de qualidade!!! Eu já não aguentava mais aqueles olhares, aqueles cochichos... Minha vontade era de tacar fogo na saia dela. Eu não poderia deixar Celina estragar minha noite, isso nunca! Puxei Paty pelo braço e fui lá para o cantinho, dançar, esfriar a cabeça. Não olhei mais para Celina e mantive a calma. Paty já estava agarrada ao baixinho dela. Minutos depois, ele chegou. Meu coração batia a mil por segundo. Ele estava lindo naquela noite! E já havia me visto desde o momento em que entrou no clube. Celina começou a fazer charme. Ridícula! Ele cumprimentou as pessoas e inclusive ela, com quem ficou conversando durante alguns minutos. Notei que ele estava doido para se aproximar de mim. O que me dava mais raiva ainda era ver a Celina toda empolgadinha com ele. Continuei na minha e quando vi ele já estava perto de mim. Meu coração quase saía pela boca. Conversamos um pouco e fomos para a pista de dança. Disfarçadamente, olhei para a Celina e me segurei para não morrer de rir de sua carinha de vaca no atoleiro! Começamos a dançar. O olhar dele me enfeitiçava, me deixava louca, sem chances de resistir. Ele me olhava por completo. No ritmo da música, ele encostou seu corpo no meu e nos beijamos. Desliguei do mundo! Não posso falar mais nada, pois eu estava completamente enfeitiçada! Garoto louco! Que noite! Que festa! Só sei que estamos juntos desde aquele dia. Paty também estava enfeitiçada por causa de seu baixinho. A festa acabou, que pena! Ele me levou pra casa. Depois eu fiquei sabendo que Celina foi embora antes de a festa terminar. Rá Rá Rá Rá Rá... A vaquinha perdeu, ele é meu! Ele é meu! Ganhei a parada. Não mexe comigo que eu não sou de brincadeira não! Espelho, espelho meu, será que existe alguém mais poderosa do que eu? Brincadeirinha, tá? Bem, do que eu estava falando? Ah, a festa acabou e ele me levou embora. Entrei em casa flutuando, livre, leve e solta... parecia que eu estava sob efeito de anestesia. Não conseguia saber se meus olhos estavam abertos ou fechados. Ah, que noite maravilhosa! Percebi que minha mãe estava acordada e realmente estava. Ela abriu a porta do quarto e deu um grito quando me viu. Eu perguntei: “O que houve? Que escândalo é esse?” Minha mãe colocou as mãos na cintura e com muita raiva disse: “E esta saia? O que significa esta saia?” Lentamente, inclinei a cabeça, olhei para a minha linda minissaia, pus a mão na testa e falei: “P*** q*** p****!!!!!!” Corri para o meu quarto e minha mãe foi atrás de mim. Não deu tempo nem de fechar a porta. Caí sobre a cama. Minha mãe começou a me bater e eu gritava feito uma doida, tentando me proteger com o travesseiro. Gente, naquela noite eu fui dormir chorando! Chorando demaaaaais! E com os ouvidos ardendo também, de tanto escutar a falação da minha mãe. Ela teve a coragem de jogar minha linda minissaia no lixo! Que vergonha! Eu chorava de vergonha também, pois eu jamais poderia imaginar que naquela idade eu fosse capaz de dormir com o bumbum doendo de tanto apanhar!

Alveres
Enviado por Alveres em 26/07/2018
Código do texto: T6401155
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.