Ziguezagueando 50

Ziguezagueando 50

As perguntas que não calam na mente humana. Se não latiram, quisera ao menos tenham zunido como vento manso no juízo de Hugo e de Jovita. Foram compendiadas por Alejandro Jodorowisk. Por mais notável que apresentou ser sua mente, que as elaborou como critério para avaliar a expansão da consciência, não logrou conseguir respondê-las completamente.

Quem foi Hugo? Quem deixou de Ser ? E Jovita? Mulher porreta de esperta, que aparentou ludibriar a vida e as adversidades. Somente eles souberam, ou saberiam dizer, em profundidade e extensão, cada pitada do tempero, sabor ou dissabor apreciados. Isto se puderam terem levado intacto nas memórias, o passado que foram, as crianças, os jovens, os adultos, e os idosos dos seus personagens.

Depois de partido, retirando deste orbe, tomado lugar somente nas lembranças dos que ficaram. O que é válido como sendo o que foi deles? As manchetes dos jornais, um bom Trama para filme e novelas? Até renderia para a posteridade, a fala, o olhar do outro, do que viram montado deles, numa observação linear ou analítica, fazendo a leitura do homem e mulher que teceram ser. Mas, no avesso, o que foram?

A casca foi vista, dele... de Jovita..., e o quê sentido? os vieses e as rachaduras, escapes e agregados de sentido , em aventuras e desventuras? E o recôndito dos seus interiores? O campo insubordinado sem dono que todos tem, que lacrimeja, vez outras, expõe vísceras, prazeres, desejos e loucuras?

Muitos que se depararam consigo na busca do âmago dos seus interiores, não descartaram a necessidade de cada um se descascarem, saírem dos limites que se veem trancafiados, das muralhas fingidoras de reais, que os separam dos demais seres.

Sei que nada sei, e o conhece a ti mesmo de Sócrates. Polido nos sugestionamentos, fala de quem fez o parto da própria alma, num verdadeiro renascimento ainda em vida. Calando-se nas questões últimas da experiência.

Só pelo amor o homem se realiza plenamente e o Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida. Frases do que restou do renascer de Platão. Indica ter trazido, pelo amor e pela crise intestina de sua psique, o novo de si mesmo.

Jesus disse aos seus, quando foi indagado quem era: Eu Sou a Luz do Mundo, quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. ..quem és tu?...responde: quando levantar o Filho do homem, então conhecereis quem Eu Sou... nada faço por mim mesmo, mas como meu Pai me ensinou... Abraão exultou por ver meu dia, e viu e alegrou-se... antes que Abraão existisse, Eu Sou.

Na articulação atemporal, sem pretensões de se nominar, ou de estabelecer a extensão e o limite, o conteúdo e a forma do seu ser, Jesus, o Cristo, no momento do se revelar, na mais pura compaixão, estabeleceu-se no contexto da não localidade, lugar de tantos que se embrenhou no desconhecido. Sem personalidade definida na cultura, na parentela, ou no nome, tornou o homem mais conhecido da derradeira era.

Mesmo que fosse trazida sua desconfiguração histórica, numa contraprova que aniquilasse quem foi, e o que foi, Jesus Cristo, descartando toda história como sendo dele, as palavras que indicou terem saído dele, que moldaram o trajeto ideal para paz, amor, e irmandade entre os povos no mundo, não deixariam de continuarem sendo detentoras do poder alquímico, caminho para a solução dos problemas maiores do mundo, remédio que restabeleceria a paz, o amor e a harmonia aqui.

Não era para menos, preteriu-se da grandeza, o enviado do alto, que expressou na dimensão maior para os terráqueos deste mundo, o ato de amar incondicionalmente, ente que cumulou em si O Criador e o Filho, em Um.

A entrega e intimidade foi tamanha, Dele para com Aquele que o enviou, que não se dividiu, permaneceu aqui sem personalidade definida. A genética, a cultura, até mesmo, o ego que ficou disponível para uso, ficaram preteridos, sem descartar a qualificada nobreza da sua origem parental e ancestral, condição de consanguinidade, nobreza de estirpe, do sangue que correu em suas veias, do ventre com atribuições excepcionais para a natureza divina dar lastro, e permitir gerá-lo.

Deepack Chopra, na obra Sete Leis Espirituais do Sucesso, diz que temos que nos embrenharmos na incerteza, soltar-se no silêncio do agora, e ao invés de ficarmos diante da dúvida e da insegurança para o agir, que cirandemos neste campo no destemor e naturalidade, primeiro passo para assumirmos o lugar de protagonista das próprias vidas, desenhando nossa história com o pincel da vontade, colorindo e riscando o que queremos, sem qualquer embaraço da dúvida.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 06/08/2018
Código do texto: T6411345
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