Ziguezagueando 51

Quem dera que o par de humanos, assim como nós, pudesse se ver explorados ao máximo na potência interna para o ato do ser, do conhecer, do conviver, do fazer, consigo mesmos, e com o mundo, numa verdadeira relação amorosa com a vida, permitindo em nós, a integração do céu e da terra. Vivenciando o Reino de Deus.

Pudera que a vida tenha corrido seguindo a fluidez na engrenagem dos seus interiores, lubrificada pelo pensar inserido no caminho do mais fácil, com baixo índice de auto sabotagem, negativismo, covardias e fugas, joguinho baixo que o ego propõe para esquivarmos das responsabilidades de liderarmos nossas histórias, aquele canto interno que não precisou de escola para atuarmos, as rotas de fuga para a prática do banditismo, conosco e com o próximo, invejando, enciumando, odiando, fragmentando e subestimando a ideia para ser, conhecer, fazer e conviver. Insistindo fazer de nosso o que nunca poderia ficar.

Os desenhos arquetípicos das cartas maiores do Tarôh de Marselha, sugere para a busca do aperfeiçoamento da alma, um realizar articulado, tendo como base a vontade, formas mentais desenhadas, que conduzem quem as lê, a proposta para o sucesso interior.

Ah! Fazer-se do louco!Primeiro dos arcontes. Aquele estado “in natura”, preexistente, o estado angelical da criança esboçado nos primeiros anos de vida, campo onde reina a inconsciência e a liberdade total, sem definição e limite.

Quisera, mesmo que nos últimos instantes, que Hugo e Jovita tivera a coragem e o destemor de se pegarem pelas mãos, re-construindo as próprias almas, maravilhando-se da própria obra, como sendo eles mesmos no gosto almejado. Fazendo valer o fato de ter sido feito ser humano no corpo físico, compensados do ter sido paridos de uma mulher terrena.

Feitas conscientemente as primeiras constatações na experiência do viver, achado acerto nas escolhas. Começo do angariar recursos para a fazedura interior. Chegando à Papisa, estado interno das experiências acumuladas, aventuras e desventuras como arquivo de apoio para seguir.

No arquétipo da Imperatriz, vê o puro impulso da explosão criativa, despertada como natureza feminina da psique, gerando o novo, mesmo que naquela condição, não soubessem aonde iam.

Depois de tanto feito, inventado como seus, que tenham apropriado da capacidade interna para ser no Imperador, adquirindo a estabilidade material na vida, encontrando um espaço como sendo deles, totalmente.

E o Hierofante? Começo da espiritualidade. Não necessariamente aquela adquirida, ensinada, feita como sendo a para ser seguida, mas aquela eleita, mesmo que confirmando a conhecida, mas vivida, interiorizada como caminho único, somente deles, na formação e condições deles, estabelecendo elo com a divindade, conectando com o poder e sabedoria divinos.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 08/08/2018
Código do texto: T6413091
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