Eu, minha mãe e ela.

A criação supera o criador.

_ As lembranças da kah não foram de todas as ruins. Você veio aqui para superar isso e eu acho que você é uma pessoa muito mais emocionalmente consciente do que você pensa. Disse o terapeuta.

_ Então pare de me fazer relembrar dos momentos que passei com ela! Isso não ajuda em nada. Da mesma forma que não é útil as lembranças que tenho da minha mãe.

_ Claro que não! São relacionamentos totalmente diferentes.

_ Não, não são. Porque ambos eram abusivos. E isso foi o único motivo deu tê-la deixado entrar na minha vida. Isso não é amor, é trauma. É por isso que você deveria dizer que estou certa em odiá-la, em querer machucá-la.

_ Sabe o que estou vendo agora? Vejo você sofrendo a mesma dor que causou a Kah naquele dia. O seu conhecimento sobre ela é muito profundo. Você sente a dor dela, como se fosse a sua, e o sofrimento dela passa a ser o seu também. Isso é amor. E até admitir isso, você não vai conseguir superar essa ira, essa obsessão e a necessidade de machucá-la que não consegue parar de sentir.

_ Sim. Por isso é mais fácil odiá-la.

_ Mas esse sentimento não vai te ajudar a curar o que está te incomodando; por isso, é necessário que você admita que a ama. Aceitar que mesmo com todas as falhas, você ainda a ama. Acha que consegue dizer isso?

_ Eu não sei se quero dizer isso.

“Nós não somos iguais!!!! Você me fez igual a você! Até você perceber que eu não seria como você queria que eu fosse, ai você me descartou como se eu fosse mais um rascunho das suas obras descartáveis...” Pensou Emily quando houve uma pausa na conversa.

_ Eu amo! Eu a amo!

_ E como você se sente após dizer isso?

_ Dói. Porque eu sinto a falta dela, pois ela conseguia me fazer sentir amada mesmo quando eu a odiava...

@agabriellagilmore

Rafaela Drummond
Enviado por Rafaela Drummond em 04/09/2018
Reeditado em 12/02/2024
Código do texto: T6439086
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