Luna e a via láctea de Olavo Bilac...

Naquele dia, apesar do tempo transcorrido, Luna ainda chorava , de forma dolorida, quieta como se o silêncio a tivesse invadido desde que ele dizera: - Não quero mais, acabou, não quero compromissos! Tu é muito intensa me exige demais. Ela não era frágil, era uma mulher bem resolvida, que lutava pelo empoderamento das mulheres através do seu trabalho. Mas Chico era a sua chaga, o seu calçanhar de aquiles e ele era o exemplo perfeito ao qual ela ensinava as suas meninas a fugirem, Só ela não conseguiu escapar das teias daquele cafajeste. Porém desta vez, ela iria vencer, cairia na noite, na esbornia, mataria esse amor com a raiva e o orgulho de ser uma mulher com M, maiúsculo como todos lhe diziam. Então, ela me disse assim:" vou colocar meu vestido à vácuo e causar frenesi nos países baixos masculinos. Dito isso, saiu cantarolando, baixinho,aqueles pseudos versos medonhos: vou te pegar de novo, vou te pegar gostoso! Disse isso, em meio a uma gargalhada que mais lembrava quando ela recebia a sua pomba-gira, saiu pela noite à procura das estrelas e dos homens na via láctea de Olavo Bilac, pois ela era a Luna e só florescia quando a lua surgia.

Marisa Piedras
Enviado por Marisa Piedras em 19/09/2018
Reeditado em 04/12/2021
Código do texto: T6453414
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