A Erva

A erva queimava loucamente no quarto ao som da música estridente. A mãe abriu a porta de supetão e deu dois gritos que ninguém entendeu por causa da música e da tosse. O quarto estava uma verdadeira sauna. Os olhos deles estavam vermelhos, verdadeiros dragões.

Ela os expulsou do quarto e os mandou para a sala. Sabiam que tinham feito algo de muito errado mas não tinham a mínima ideia da dimensão daquilo.

A mãe pegou um spray no banheiro que o pai usava depois de fazer o numero dois e jogou no quarto. Abriu a janela e ligou o ventilador. Não entendiam por quê, afinal o cheiro era bom. Depois pegou o balde com as cinzas da erva e jogou no lixo.

“Vocês poderiam ter colocado fogo no prédio” disse ela em tom repressor. “Vão dormir imediatamente!” Continuou, agora no imperativo. Foram para o quarto os primos Rodrigo e André.

Deitaram e, com sete anos de idade, não entenderam o que acender, enquanto Mamonas Assassinas tocavam Mina, um balde com dois pés de erva doce, no quarto fechado significava. Eles haviam pego dois dos pés de erva doce que a mãe plantava e colocaram fogo neles, dentro de um balde, só pra curtir o som de Mamonas.

A mãe entrou no seu quarto, fechou a porta, ligou um rock and roll, acendeu um baseado, só pra curtir o som melhor, e dormiu.

Malluco Beleza
Enviado por Malluco Beleza em 16/09/2007
Reeditado em 26/01/2014
Código do texto: T654562
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