Um Sonho Queimado

Renato era um garoto muito esperto que adorava escrever, seu sonho era ser um grande escritor de contos.

Apesar do seu gosto pela escrita, Renato odiava fazer os trabalhos manuscritos que sua professora costumava pedir. Então ao invés de passar horas e horas copiando vários parágrafos, ele recortava e colava várias imagens como: cachorrinho, mulheres vestidas de noiva e corações. Tudo isso para isso para comover a professora e ganhar nota. Mas certo dia a professora passou um trabalho o qual ele teria bastante tempo para faze-lo. Foi aí que Renato teve uma ideia brilhante...faria seu trabalho todo datilografado na máquina de seu pai.

Ao chegar da escola Renato deu início ao seu belo plano, datilografar seu trabalho, tirar a maior nota e ver todo o seu esforço reconhecido pela professora e seus colegas.

Mas ao começar datilografar, surgiu um problema... ao digitar o garoto percebeu que algumas palavras tinham sido escritas erradas, então, ele pegou sua borracha vermelho e azul e com um pouquinho de saliva ele esfregou a parte azul da borracha em seu trabalho.

Chegou o grande dia, o dia de entregar o trabalhar datilografado. Renatinho pensou: - Ela chegará como sempre e recolherá trabalho por trabalho e ao pegar o meu, fará aquela cara de surpresa e feliz. Mas algo acontecera. A professora chegou diferente, estava com cara de brava, mal deu bom dia aos alunos, tratou logo de pedir que passassem os trabalhos até chegar a ela.

No dia seguinte ele esperou ela falar sobre o trabalho, mas nada. No outro dia ele resolveu perguntar sobre o trabalho e ela num tom ríspido disse: - não corrigi.

Passados vários dias ela chegou na sala com todos os trabalhos. Renato já podia ouvir ela dizer:

- Parabéns Renato, um trabalho datilografado. Já podia imaginar até mesmo sendo chamado para falar sobre o trabalho depois que cantássemos o hino.

Então a professora começou a chamar os alunos, quando chamou a Kátia ela disse: - parabéns, tirou dez. E ele ficou se me perguntando como assim? Se ela tirou dez ele deveria ter tirado quantos? Quatorze.

O último trabalho a ser entregue foi o do Renato. Quando a professora chamou Renato. Logo foi perguntando:

- Quem fez esse trabalho?

E Renato respondeu:

- Eu professora.

Mas ela seguiu perguntando:

- Porque você fez esse trabalho assim? Esse trabalho esta uma porcaria, um lixo. E ela fez questão de mostrar para todos da minha sala.

Como se não bastasse ela amassou e jogou o trabalho no lixo. E disse:

- Você tem apenas dez dias para refazer este trabalho, respeitando as regras da escola, quero o trabalho em papel almaço com pauta.

Naquele momento ele ficou com tanta vergonha que queria chorar, mas não faria isso na frente da minha turma. Quando chegou em casa, abriu a porta e soltou aquilo que o sufocava e fazia suas bochechas pegarem fogo. Solto o choro. Um choro tão desesperador que sua mãe saiu correndo ao meu encontro e perguntou:

- O que aconteceu meu filho?

E entre lágrimas e soluços ele disse o que havia ocorrido na escola e então ela me disse:

- Bem feito! Onde já se viu desrespeitar a regra da escola.

Renato saiu daquela sala e foi para seu quarto. Ao chegar lá, Renato pegou seu caderninho de conto e foi até o fundo do quintal, abriu a portinha do fogão a lenha e tacou o seu caderninho de contos nas chamas. Ali ele queimou sua escrita e seu sonho.

Luana Priscila Barbosa Esteves
Enviado por Luana Priscila Barbosa Esteves em 27/02/2019
Reeditado em 28/02/2019
Código do texto: T6585730
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