Em branco

Johnny sentou-se num dos milhares de cantos escuros da fábrica abandonada e limitou-se a ficar imóvel, sentindo as criaturas ao seu redor, compactuando com suas tarefas noturnas, reconhecendo os sons quase imperceptíveis vagando pelo lugar, imaginando a diferença que tudo aquilo poderia fazer um dia. Ele via a lua penetrando por entre frestas enferrujadas, como a mais bela das prostitutas sendo violada por uma multidão de demônios. Não havia escolha, as pessoas e todo o resto apenas faziam o que deveria ser feito. E era esse o ponto principal. Homens enlouquecendo martelando em esteiras intermináveis em fábricas assombradas pelos sonhos de todas as almas de pais, filhos e gênios enterrados na claustrofobia das paredes amareladas pelo tempo. Grandes empresários encarando o cano da arma passada por gerações em sua família, vendo nada mais que o remorso por amores perdidos, famílias negligenciadas, rendição à corrupção inerente e tão poderosa escondida em cada canto de suas almas. Alguns puxam o gatilho. Qualquer um pode encontrar uma razão para o suicídio, mesmo os ricos, os famosos, os poderosos. Simplesmente não se livra daquele gotejar na alma, como uma paciente ampulheta sussurrando gentilmente coisas sobre a morte e sobre o vazio negro em cada um de nossos corações. Está tudo tão errado quanto se pode estar.

Johnny não chora em seu canto. Ele continua ali, deixando os pensamentos vagarem, prestando pouca atenção devido aos pequenos comprimidos verdes sendo metabolizados em seu organismo. Mas ainda assim a clareza é impressionante. Jane não havia voltado para casa no dia anterior. Johnny acordara com o corpo dolorido, sentindo o gosto forte do álcool exalando de sua garganta e o estômago irritado. Olhara para o lado, com os olhos ainda pesados de sono e nada havia no travesseiro ao seu lado. O que poderia ter acontecido dessa vez? Ele rapidamente se levantara, checara o celular e nada de novo havia lá, apenas seu cachorro Bings encarando-o em êxtase no papel de parede. Onde estaria o danado? Johnny checou embaixo da cama e lá estava ele, enroscado em si mesmo num sono tão profundo quanto possível a um cachorro.

Os primeiros passos em direção à cozinha foram lentos e hesitantes, o álcool da noite passada ainda fazia efeito tornando o mundo ao redor um pouco mais movimentado do que de fato estava. Chegou até a pia, pegou o primeiro copo que encontrou, encheu com água da torneira e despejou uma grande quantidade de pó que ao se misturar com a água imediatamente começou a borbulhar. Tomou tudo em 2 goles. Virou-se em direção ao banheiro e depois de três passos vomitou tudo no chão e nos pés. Deu um pequeno resmungo e somente ao alcançar o banheiro viu através da pequena janela quadriculada que o dia já começava a morrer. Abriu o armarinho e tirou de lá um pequeno frasco alaranjado. Pegou dois dos seus melhores amigos e mandou boca adentro. Agora, apenas uma questão de tempo.

Guardou o frasco no bolso, voltou ao quarto, calçou sua bota surrada, seus jeans surrados e sua camiseta branca surrada e partiu para o caloroso abraço do mundo lá fora. Somente enquanto descia as escadas percebeu que havia esquecido de limpar o vômito dos pés antes de calçar as botas. Mas que diferença fazia? Era como se tivesse derrubado um copo de antiácido no pé. Nada demais.

Passando pela portaria percebeu Morris cochilando pacificamente embaixo da caixa de correios. Um pequeno filete de sangue saído de sua boca manchava seu grande casaco cor de musgo e escorria lentamente em direção à virilha. Esse demoraria muito para acordar, se um dia acordasse. Mas isso não era nada novo, Johnny já havia visto o desgraçado em situações muito piores, pulando um córrego e falhando miseravelmente, apanhando de uns 5 grandalhões em uma festa de cafetões. Cogitou a possibilidade de lhe dar uns tapinhas na cara para despertá-lo, mas logo ouviu os passos de alguém na escada e resolveu partir em disparada. Outro alguém poderia resolver a situação, Johnny já tinha outros problemas.

Saiu então e não encontrou nada de espetacular, apenas pessoas desvairadas, buzinas estridentes, fumaça, calor e vazio. Nada mais verdadeiro como sozinho na multidão. As portas estão fechadas. O álcool nos faz esquecer, uma língua na boca nos faz repensar, uma penetração nos faz duvidar. Mas depois disso quando os corvos se calam, as respirações se tornam amenas e o silêncio sitia é fácil perceber o conceito real e imutável. Chore, sonhe, acredite, sorria. Você está sozinho. A questão é o que se fazer com essa solidão. Ignorar? Fantasiar sua inexistência? Johnny sempre acreditou na solução de metal. Uma bala bem colocada no centro do cérebro. O fim. Os campos infinitos de lindos lírios dançando eternamente ao sabor do vento.

Mas Johnny quando jovem apanhava sem reclamar. Seu pai usava seu corpo como tela para novas técnicas de pintura com o grande cinto de couro. Um tesouro da família, digamos assim. Johnny, ainda jovem o bastante para acreditar, assistiu de perto o primeiro amor de sua vida rir de seus olhos esperançosos enquanto caminhava com o bonitão da escola. Tencionou dizer algo, mas teve seus dentes da frente arrancados e seu peito dilacerado em vários pontos. Dor, algo tão familiar e ainda assim nunca assimilado. Um covarde e nada mais. Um boi manso chicoteado cumprindo tarefas pelas quais nunca pediu. Sem voz, sem poder.

Jane era a vaca. A vaca ainda mais mansa chicoteada pelo boi mais fraco do rebanho. Mas era somente assim devido às substâncias, as pílulas verdes. Johnny nunca conhecera o lado real de Jane, lado sóbrio. Conheceram-se loucos, acreditaram numa ajuda mútua para escapar do inferno das drogas e encontraram apenas mais loucura.

Johnny e Jane. A escória encardida.

Mas não havia tempo para se pensar nisso tudo agora. As pílulas estavam no bolso e era hora de procurar, pois não havia mais ninguém para Jane. Ela poderia muito bem estar em um saco de lixo em algum caminhão da prefeitura ou sendo utilizada como escrava sexual em algum prédio abandonado nesse exato momento. Quem poderia saber? E além do mais, como Johnny poderia dar início à sua busca?

Johnny olhou ao redor e viu Jack Straw, um sifilítico veterano da guerra do Vietnam, logo à frente, comendo um cachorro quente com uma aparência nada boa. Ótima coincidência, ele havia estado no bar, talvez soubesse algo.

- E aí, Jack.

Jack olhou para o lado e arregalou os olhos de maneira extremamente cômica.

-Oh, Deus, saia de perto de mim, seu maluco!

Enquanto falava o homem com aparência de sem teto cuspia grandes quantidades de milho, pão, salsicha e tantas outras coisas em seu cachorro quente. Seu cabelo oleoso estava arrepiado e a grande cicatriz em sua sobrancelha tinha uma coloração avermelhada. Não era um sujeito tão agradável assim quando se parava para pensar.

- O que foi, Jack, o que está acontecendo?

Jack virou as costas e começou a caminhar muito rápido. Johnny sentiu a tensão no fio de sua paciência. Mais um folgado como seu pai.

Em um impulso agarrou a gola de Jack e o fez virar.

- Escute, filho da puta, é melhor começar a falar ou vou enfiar todas essas salsichas no seu rabo.

Ótimo, agora ele se transformava em seu pai.

As pupilas dilatadas de Jack diziam claramente o quanto ele estava chapado, e ainda assim o desespero não desapareceu de sua voz.

- Eu não sei de nada, você saiu depois de toda aquela confusão e eu voltei a tomar meus tragos. Por favor, deixe-me ir.

Com um puxão Jack se soltou.

Johnny abaixou a cabeça, pensativo, sentindo-se nauseado. O suor brotava de sua testa e axilas. De nada adiantava toda aquela encenação, aquela insistência. Ele não conseguia odiar ninguém, assim como não conseguia amar. Ele então caminhou para o lado oposto, à esmo, de cabeça baixa. Colocou as mãos nos bolsos e assim como em sua alma, apenas as pílulas estavam lá. As pombas cinzas pousavam nos prédios cinzas debaixo do céu cinza e ele continuava vazio.

Pouco mais à frente um homem franzino tocava um violino surrado de maneira desanimada. O chapéu à sua frente estava vazio e seus olhos passavam pelos transeuntes sem um traço de esperança. Johnny parou por um momento para escutar. As pessoas caminhavam apressadas ao redor: executivos austeros e importantes, donas de casa com manchas roxas pelo corpo, adolescentes encantadas com promessas de amor. A calçada estava rachada e os olhos do violinista estavam agora fechados. Aquele era o fim, o sol estava se pondo. A escuridão se preparava para abraçar. E todos queriam um abraço. Tudo ficará bem, o mundo é um lugar de luz, tudo que precisamos é de amor. Deus cuidará de nós, reze dez ave-marias. Acredite e ignore enquanto saboto meu colega de trabalho, acredite e ignore enquanto traio minha esposa, acredite e ignore enquanto surro um mendigo na rua. Acredite, ignore e reze enquanto sinto as partes íntimas de algum garoto na sacristia. Era isso, simplesmente, que o violino dizia, de maneira suava, mas penetrante. Era isso, simplesmente, que Johnny ouvia e via em todos os lugares. Pura poesia.

Pílulas verdes, Jane.

Ele não podia se perder naquele momento.

Para onde deveria ir? Para o Poço, o bar de segunda em que estiveram no início da noite? As memórias de Johnny terminavam aí, no momento em que foi ao banheiro e misturou algumas pílulas ao uísque vagabundo no copo em sua mão. Não se lembrava de ter discutido com Jane ou qualquer outra pessoa. Bêbado. Aí sim ele poderia amar, ou odiar. Podia vociferar, lutar, implorar. Podia beijar ardentemente, suavemente, vagarosamente. Podia viver.

Bem, assim também era seu pai. E, amigo, como ele podia lutar.

***

Em quinze minutos Johnny estava no famoso Poço, lar dos desajustados, dos inaptos, dos sádicos, dos pobres, das putas e de todo o resto. A julgar pela placa na porta de vidro as atividades do dia ainda não haviam se iniciado, mas não havia tempo a se perder. A porta estava destrancada. A porta estava sempre destrancada.

O ambiente estava escuro e os cartazes de bebidas mal podiam ser vistos. A parede vermelha manchada de gordura tornava o ambiente rançoso e as cadeiras descansavam calmamente de ponta cabeça em cima das mesas. Uma mulher ruiva com uma grande pinta cabeluda na bochecha tentava da pior maneira possível limpar o chão com um esfregão mais sujo que sua boca. Essa era Allie, uma boa pessoa enquanto o uísque ainda não havia desbravado sua garganta escurecida pela fumaça do cigarro.

- Johnny, seu filho da puta, o que está fazendo aqui?

Sua voz rouca era terrível de se ouvir. Johnny era um homem sensível. Em um estranho lapso viu toda a tristeza pela qual aquela mulher devia ter passado, a fútil tentativa de extrair alguma beleza com aquela tinta vagabunda no cabelo, beleza inalcançável diante dos golpes certeiros da sociedade contra qualquer tipo de sanidade. Havia ainda esperança naqueles olhos? Ela ainda se depilaria, esperando algum homem verdadeiramente bom amar a imagem da decadência que se alongava de todas as extremidades de seu ser? Ela havia sido moldada, assim como havia sido Johnny, Jane e todo o resto dos infelizes caminhando por aí. Seria também o moldador moldado? Onde tudo havia se iniciado?

Allie caminhou rapidamente apontando o esfregador de maneira acusatória.

- Você é louco de aparecer por aqui depois do que fez ontem!

- Allie, eu não me lembro de...

- Fale baixo, seu idiota! Guy está nos fundos, comendo aquela vadia da... foda-se, não sei o nome da garota dessa vez. Se ele pousar os olhos em você, meu querido, você será um homem morto.

- Allie, por favor, me ajude. Jane está desaparecida e não faço absolutamente ideia alguma de onde ela possa estar. É um caso de vida ou morte.

A garçonete olhou fundo nos olhos daquele homem desvairado humildemente apoiado em suas botas sujas e por um instante teve pena do pobre rapaz.

- Johnny, você pirou completamente ontem à noite. Chegou cedo, sentou-se em um reservado com sua namorada e meia hora depois se levantou para ir ao banheiro. Algum tempo depois voltou e havia algo estranho nos seus olhos, algo que só vi em homens quando visitava meu ex-marido na prisão. Você então simplesmente começou a berrar e esmurrar a mesa, se bem me lembro algo sobre um tal de Randall e de como ele sabia de fato como tratar uma vadia. Depois de esmurrar a mesa você esmurrou a própria Jane, e os gritos da coitada, ó Deus...

Allie abaixou a cabeça e apoiou sobre suas duas mãos no esfregão.

- Você é um lixo, Johnny, e se ainda falo tudo isso pra você é porque me lembro dos tempos em que você era diferente. Você está ficando louco, cada dia mais eu vejo em seus olhos algo muito assustador, um ódio insano e destrutivo. Mas ao mesmo tempo vejo gentileza e tristeza enfeitando esses profundos olhos azuis. Você não merece Jane, ela pode ser meio louquinha da cabeça, mas ela não deve andar com um desequilibrado como você. O lugar de porcos como você é numa cela acolchoada, considere-se por sorte por não estar numa dessas nesse momento.

De repente um grito raivoso veio de algum lugar nos fundos do bar:

- Allie!! Traga-me uma cerveja!

A mulher ruiva e apagada deu um pulo.

- Desgraçado. Nunca para de pedir as coisas.

Ela virou-se em direção ao freezer.

- Allie, por favor, e depois? O que aconteceu?

Ela parou e novamente respirou fundo.

- Os homens o seguraram e o expulsaram daqui, mas você parecia tão raivoso, tão insano que nem os mais fortes ousaram lhe bater. Simplesmente o colocaram pra fora enquanto você esbravejava “Randall! Onde está você, Randall!?”.

Allie abriu o freezer e tirou uma garrafa verde.

- Agora suma daqui. Não quero vê-lo nunca mais.

E assim Johnny o fez, mais confuso que nunca. Por que ele havia gritado justamente aquele nome? Randall Grosz. O nome do desgraçado. O nome do seu pai.

***

Novamente um bar. Novamente uma mesa com uma toalha vermelha encardida e dois copos de uísque colocados cuidadosamente sobre ela. Novamente uma garçonete caminhando, balançando um lindo traseiro, exibindo um sorriso mais morto que Lincoln. Johnny compartilhava aquele momento com outro homem. Este exibia uma expressão calma, olhos negros e fundos, cabeça calva com alguns finos cabelos grisalhos, mãos cheias de calos... e um sorriso mais perverso que Hitler. Sua mão vagarosamente estendeu-se até o copo, seus olhos observaram o líquido e o gelo enquanto o balançava e embocou tudo de uma vez, colocando-o de volta à mesa com uma expressão satisfeita.

- Escute, Johnny, você está fazendo tudo errado. Você está se deixando controlar por esses idiotas como se fosse uma marionete num show de algum ventríloquo incompetente. Está tudo ao contrário. Você é o ventríloquo, e eles são as marionetes. Eu lhe deixei algo maravilhoso e você simplesmente se recusa a usar. É algo que corre em suas veias silenciosamente enquanto você se deita com o olhar vidrado no teto mofado do seu apartamento com aquela vadia dopada do seu lado. É um ruído baixo quando você é contratado e demitido no mesmo dia. Mas é algo que não pode permanecer em silêncio para sempre. Digo isso por experiência própria. Essa coisa possui uma voz, e não é uma voz qualquer. É assustadora e única, é algo que homens comuns não compreendem e temem. Enquanto essa voz fluir de dentro de você ninguém escapará da sua ira, pois é justamente isso que ela é. Ira, ódio, raiva. Chame do que quiser. Essa foi minha herança e me decepciono ao ver o trapo humano que você se tornou. Você poderia estar sentado em uma mesa no topo do prédio mais alto, comandando homens como se comanda cachorros, despachando vidas como se acende um cigarro. Ao invés disso é apenas um vagabundo, vagando e ruminando pensamentos tão filosóficos quanto os cabelos do meu saco. Esqueça a insanidade da realidade, abrace-a, faça amor com ela. Compactue com seus objetivos e ela lhe tratará bem, o colocará no lugar onde você merece estar.

Johnny deu uma risada baixa.

- Não foi você que morreu de infarto assistindo Jay Leno num trailer no meio do nada? Derramando uma última lata de cerveja no carpete onde um dia foi derramado meu sangue?

A expressão do homem do outro lado da mesa se crispou.

- Randall, não há nada para ser dito aqui. Somos da mesma laia, pai e filho, produtos de uma existência doente, os representantes mal queridos de um grande erro. A única herança que de fato esperei receber de você foi coragem. Coragem para pegar uma arma e fazer o que deve ser feito com um erro. Mamãe precisou de anos para que o Deus que ela tanto amou tivesse a decência de retirar sua carcaça imunda desse lugar. Eu não compartilho esse amor por qualquer divindade e não precisarei de anos para concluir uma tarefa tão simples. Parece que a coragem existe em algum lugar escuro por aqui, Randall.

- Escute aqui, seu idiota...

- Jane deve ter ido com algum outro homem. Ela não precisa mais de mim. Na verdade, acredito que nunca precisou. Eu sou uma página em branco, pai, e parece que estamos sem tinta por aqui. Uma página em branco é inútil. Uma página em branco não diz nada. Mas sim, é uma possibilidade, e nesse momento eu vejo um pouco de tinta vertendo como lágrimas de seus olhos maldosos, pai. Por favor, empreste-me um pouco. Escreverei apenas uma frase, talvez duas. Será tudo muito rápido, não doce, não bonito, não poético, mas será rápido.

Johnny se levantou. Apenas um copo de uísque sobre a mesa. Abriu sua carteira, retirou de lá uma última nota, deixou sobre a toalha vermelha e partiu.

Alguns minutos depois chegou finalmente à fábrica abandonada onde em dias tão distantes brincou com seus amigos de infância. Fora ali também onde beijara pela primeira vez Liza Saunders, a garota sardenta e com aparelho nos dentes. Onde estaria ela agora? Casada? Feliz? Morta? Onde estariam Mathew, Lance, Cody, Jessie? Os cowboys e os bandidos? O mecânico? O professor de inglês? O guia de zoológico? O motorista de ônibus? Quem saberia?

O bom e velho Johnny continuava lá, sentado em um canto escuro, segurando uma 9mm na mão sentindo a garganta apertada, talvez falhando em resignar-se, talvez ansiando por alguém ou alguma memória quente para tirá-lo dali. Talvez ansiando por algum outro discurso além do de Randall. Esperança e coragem. Morreria com dois belos sentimentos no peito.

Sem Jane, sem pílulas verdes. Uma página quase completamente em branco, finalmente rasgada pelas mãos indiferentes da tristeza.