Recordando o Papa

O homem ficava triste com o fato das pessoas esquecerem tão depressa os pronunciamentos do papa Francisco, a única liderança mundial que realmente denunciava sem medo e sm ódio as mazelas do capitalismo selvagem. Pegou algumas anotações que guardava não pasta, eram trechos de pronunciamentos do papa, principalmente n Bolívia, em Santa Cruz de la Sierra. Releu alguns tópicos:

"Reconhecemos nós, que as coisas não andam bem no mundo onde há tantos camponeses sem terra, tantas famílias sem teto, tantos trabalhadores sem direitos, tantas pessoas feridas na sua dignidade? Reconhecemos nós que as coisas não andam bem, quando explodem tantas guerras sem sentido e a violência se apodera de nossos bairros? Reconhecemos nós que as coias não andam bem quando o solo, a água e todos os seres da criação estão sob ameaça constante? Então digamo-lo sem medo: precisamos e queremos uma mudança. Pergunto-me se somos capazes de reconhecer que estas realidades destrutivas correspondem a um sistema que se tornou global. Reconhecemos nós que esse sistema se impõe à lógica do lucro a qualquer custo, sem pensar na exclusão social nem na destruição da natureza? Se é assim - insisto - digamo-lo sem medo: Queremos uma mudança de estrutura. Esse sistema é insuportável: não o suportam os camponeses, não o suportam as comunidades, não o suportam o povo. E nem sequer o suporta a Terra, a Irmã Terra como dizia São Francisco".

Mais: "Queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, no vilarejo, na nossa realidade mais próxima; mas uma mudança que toque o mundo inteiro, porque hoje a interdependência global requer respostas globais. A globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir essa globalização da exclusão e da indiferença".

O homem leu outro trecho:

"O tempo, irmãos e irmãs, o tempo parece extinguir-se, já nao nos contentamos com lutas entre nós, mas chegamos até a assanharmos contra a nossa Casa. Hoje a comunidade científica aceita aquilo que os pobres já há muito denunciam: estão a produzir-se danos irreversíveis no ecossistema. Está-se a castigar a Terra, os povos e as pessoas de forma quase selvagem. E por trás de tantos sofrimento, tanta morte e destruição, sente-se o cheiro daquilo que Basílio de Cesaréia chamava 'o esterco do diabo'; reina a ambição desenfreada do dinheiro. O serviço do bem comum fica em segundo plano. Quando o capital se torna ídolo e dirige as opções dos seres humanos, quando a avidez do dinheiro domina todo o sistema sócio-econômico, arruína a sociedade...".

Leu o último tópico:

"Digamos de coração: nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhum povo sem soberania, nenhuma pessoa sem dignidade. Sigam a sua luta e, por favor, cuidem bem da Mãe Terra".

Guardou seus recortes. Sabia que os conselhos e verdades do papa só seriam ouvidos se houvesse pressão do povo. Fazia votoos e pedia a Deus que o povo despertasse. O papa era mesmo o grande líder, mas, infelizmente, no nossopaís havia quem preferisse se ajoelhas aos pés de Edr Macedo. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 03/10/2019
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