JOÃO-NINGUÉM E MAURICINHO NA TERRA DO FAZ DE CONTA

O velho Monteiro Lobato vivia dizendo: “Um país se faz com homens e livros”. O tempo passou e, hoje em dia, nós temos milhares de bibliotecas abarrotadas de livros! Não obstante tudo isso, nós temos o dr. “Google”, um ente digital, misterioso e enigmático, que ninguém conhece pessoalmente, mas que permite livre acesso a milhões de “internautas”, fornecendo-lhes todo o conhecimento acumulado pela humanidade nos últimos seis mil anos, todavia poucas pessoas assimilam esse conhecimento e o leem de forma efetiva!
É o caso de João Ninguém e Mauricinho, dois estudantes universitários que têm preguiça de ler, contribuindo de forma efetiva para que a situação no Brasil não mude! Eles tiram notas medíocres desde o ensino fundamental, mas, em nosso país, o sistema de ensino é condescendente e permitiu que eles “passassem de ano”, mesmo tirando notas baixas!
Nossos “heróis” nunca se esforçaram muito, porquanto lhes foi ensinado que o importante é ser esperto e se dar bem na vida, logo, as pessoas que trabalham demais e estudam muito não têm tempo para ganhar dinheiro! Vejam só os jogadores de futebol, os cantores de pagode, os políticos, eles estudaram tão pouco e, hoje em dia, estão ricos, famosos e desfrutam de todas as benesses que o cidadão comum jamais experimentará!
Diante disso, João Ninguém, um jovem de família pobre, está pensando em desistir do 1º ano da faculdade e tentar uma carreira “mais fácil” e mais rendosa no curto prazo; já o Mauricinho, um jovem que nasceu em “berço de ouro”, numa família abastada, padece do mesmo “mal” de seu amigo João Ninguém, pois o curso na faculdade é muito entediante, e os professores são muito exigentes, é muito esforço para um retorno financeiro medíocre.
Enriquecer, enriquecer e enriquecer! Com pouco ou nenhum esforço, essa é a fórmula mágica! Nossos jovens tornaram-se presa fácil dos oportunistas de plantão! Diante dessa monumental crise em nossa educação, talvez a solução fosse incutir na mente deles o hábito da leitura! Lamento decepcioná-lo, caro leitor, mas, atualmente, há milhões de estudantes egressos do ensino médio e das faculdades que leem e são analfabetos funcionais (sabem ler e escrever, são alfabetizados, mas não entendem o teor de textos um pouco mais complexos que o habitual). Então, talvez esteja faltando discernimento, ou seja, as pessoas precisam de uma escala de valores e de um amplo repertório de conhecimentos, pois não basta saber ler e escrever, é preciso ter um conhecimento enciclopédico! Mais uma decepção, caro leitor, pois o que se observa, no mundo ao nosso redor, é que existem muitos “Joões-ninguém” e “Mauricinhos” com esse perfil, todavia, as coisas parecem não mudar! Então, o que está faltando para que as coisas comecem a mudar efetivamente? A resposta é simples: está faltando a cereja do bolo, o toque final, uma “coisa” chamada ética!
No entanto o que se observa é que tanto os “Joões-ninguém” como os “Mauricinhos” que andam pelas ruas, pelas escolas, pelas universidades, pelos hospitais, pelos becos, pelos “barzinhos”, assistindo aos programas televisivos, acompanhando as votações do Congresso Nacional, lendo os jornais, as revistas e ouvindo as rádios, estão se afastando do real objetivo da raça humana, qual seja: a promoção do bem comum, balizada pela ética e pelo bom senso!
Se a ética não se aprende na escola, então o que seria a ética? Seria uma contenda frenética, um vale-tudo informal entre o bem e o mal?
Não obstante todas essas dúvidas, resta-nos a pergunta final: como distinguir o bem do mal, o certo do errado, o verdadeiro do falso?
Cabe a você achar a resposta, meu perseverante e curioso leitor!
 

 
Osmar Ruiz Júnior
Enviado por Osmar Ruiz Júnior em 30/10/2019
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6783381
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.